Essas palavras não existem no português, mas são frequentemente usadas pelos brasileiros
Termos populares do dia a dia viraram hábito na fala e na escrita, mesmo sem reconhecimento oficial nos dicionários

A língua portuguesa falada no Brasil é viva, criativa e está em constante transformação. No dia a dia, é comum ouvir palavras que todo mundo entende, usa sem perceber e até escreve com naturalidade — mas que, oficialmente, não existem no português padrão ou não são reconhecidas pelos principais dicionários.
Muitas delas surgem por influência da fala popular, da internet, de regionalismos ou de adaptações feitas “no automático”.
Apesar de não serem consideradas corretas pela norma culta, essas palavras acabaram se espalhando tanto que viraram praticamente parte do vocabulário informal brasileiro. A seguir, o Portal 6 reúne alguns exemplos bastante comuns.
Uma das mais usadas é “menas”, geralmente no lugar de “menos”. Embora seja amplamente falada em conversas informais, “menas” não existe na gramática do português, já que “menos” é uma palavra invariável, usada tanto no masculino quanto no feminino. Ainda assim, o uso popular acabou tornando o termo extremamente reconhecível.
Outra palavra muito comum é “seje”, utilizada em vez de “seja”. O erro costuma aparecer na fala espontânea e também na escrita informal, principalmente em mensagens rápidas. Apesar de popular, a forma correta do verbo “ser” no presente do subjuntivo é “seja”.
O termo “cidadões” também entra na lista. Ele costuma surgir como plural de “cidadão”, mas está incorreto. A forma correta é “cidadãos”, seguindo a regra dos substantivos terminados em “-ão”, que nem sempre fazem plural da mesma maneira.
Já a palavra “conserteza” é um clássico. Bastante usada para expressar certeza, ela é, na verdade, a junção equivocada de duas palavras.
O correto é escrever “com certeza”, sempre separado. Mesmo assim, a forma incorreta aparece com frequência em redes sociais, conversas por aplicativos e até em textos mais longos.
Outro exemplo bastante popular é “beneficiente”, usada no lugar de “beneficente”. A confusão acontece porque muitas pessoas associam a palavra ao verbo “beneficiar”, mas o adjetivo correto para algo que faz o bem é “beneficente”, sem o “i” extra.
Também aparece com frequência o termo “intereçar”, que muitos utilizam como variação de “interessar”. No português padrão, porém, o verbo correto é “interessar”, com “ss”. A forma com “ç” não é reconhecida oficialmente.
Essas palavras mostram como o uso cotidiano pode moldar a linguagem, mesmo quando ela se afasta da norma culta. Em contextos informais, é comum que essas variações apareçam sem grandes problemas de comunicação.
Já em textos formais, provas, documentos oficiais ou conteúdos jornalísticos, o ideal é sempre optar pelas formas corretas.
No fim das contas, a existência dessas palavras no dia a dia revela não apenas erros, mas também a criatividade e a dinâmica do português falado no Brasil — uma língua que segue viva, se reinventando a cada geração.
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