Alckmin indica a aliados estar propenso a ser vice de Lula

Segundo relatos, o agora ex-tucano verbalizou que precisa pensar no país e que se aliar a uma chapa com o petista pode trazer a candidatura de Lula para o centro

Folhapress Folhapress -
Alckmin indica a aliados estar propenso a ser vice de Lula
O ex presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido). (Ricardo Stuckert e Pedro Ladeira/Folhapress)

Ao comunicar que iria se desfiliar do PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin deixou mais claro a pessoas próximas que hoje está propenso a encampar o projeto de ser candidato a vice ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo relatos, o agora ex-tucano verbalizou que precisa pensar no país e que se aliar a uma chapa com o petista pode trazer a candidatura de Lula para o centro, afastando tentativas de atrelar a ela a pecha de radical de esquerda.

Aliados de Alckmin que conversaram com ele nos últimos dias o veem maduro na decisão.

O ex-governador paulista chegou a dizer, em encontro com um prefeito paulista, que já havia recebido convite de Lula para se juntar à chapa. E, de acordo com pessoas próximas ao ex-tucano, o ex-presidente e Alckmin têm se falado com frequência.

Embora reconheça haver conversas, uma parte da cúpula do PT não confirma o convite e trata a possibilidade da chapa com cautela.
“Não tem nenhuma conversa formal na mesa com a gente”, diz a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

Segundo ela, o partido está em processo de conversa com outras siglas e de decisão interna a respeito da formação de federações –quando as legendas se unem nacional e regionalmente por quatro anos.

O PT discute a possibilidade de se unir a PSB, PC do B e PSOL.

“Caso seja formada [a federação], a decisão passa a não ser só do PT. Claro que temos uma preponderância na montagem da chapa, mas tem que ouvir a todos [os partidos], senão é desconsideração”, diz.

Apesar da cautela de Gleisi, nos bastidores, alas do PT dizem que Lula está entusiasmado com a ideia de se unir a Alckmin e que as tratativas estão avançadas.

As conversas entre petista e ex-tucano ocorrem pelo menos desde novembro, com antecipou a coluna Mônica Bergamo e tem como entusiastas membro de PT e PSB.

A definição do partido para o qual Alckmin migraria para se juntar ao petista, no entanto, não está fechada. O destino mais provável do ex-tucano é o PSB.

Porém, como o jornal Folha de S.Paulo mostrou, dirigentes do PSB têm condicionado a filiação de Alckmin e formação da chapa ao apoio ao nome de Márcio França (PSB-SP) como candidato ao governo no estado.

Para isso, o PT deveria renunciar à candidatura de Fernando Haddad (PT-SP), ex-prefeito paulistano, o que sofre resistências internas.

Alckmin indicou ter ficado chateado com a condição imposta pelo PSB e passou a considerar outras opções de partidos para migrar, como Solidariedade e PSD. No caso deste último, o convite está inicialmente atrelado à candidatura do ex-tucano ao Governo de São Paulo.

Ou seja, seria necessário haver uma construção para o presidente da sigla, Gilberto Kassab, topar unir-se a Lula. Isso porque Kassab lançou a pré-candidatura à Presidência de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.

De toda forma, no PSB, a aposta é que a aliança sairá e que Alckmin se filiará à sigla. A decisão de o PT abrir mão de Haddad, avaliam pessebistas, não será fácil de ser concretizada, mas nascerá, mesmo que a fórceps.

O PSB paulista, inclusive, elaborou e mostrou ao ex-tucano pesquisas para embasar a decisão e mostrar que ele poderia agregar votos a Lula.
Nesta semana, Alckmin participou de reunião no PSB paulista onde discutiu o ingresso de um aliado na legenda.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o ex-tucano e o médico Sandro Lindoso, que foi candidato a prefeito de Osasco em 2020 pelo Republicanos, foram recebidos na sede estadual do partido por França, que é líder do PSB no estado de São Paulo, próximo de Alckmin e entusiasta do arranjo com o PT.

Integrantes do PSB leram no gesto do ex-governador uma sinalização de que ele quer se aproximar do partido.

Alckmin se desfiliou nesta quarta-feira (15) do PSDB e afirmou, em mensagem nas redes sociais, que deu o melhor de si durante os 33 anos em que foi filiado ao partido.

“É um novo tempo! É tempo de mudança”, escreveu o ex-governador.

“Um soldado sempre pronto a combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho.”

O ex-tucano afirmou que anunciará em breve os próximos passos. A expectativa entre pessoas próximas é que o anúncio de para qual partido migrará ficará para o ano que vem.

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