Líder palestino diz que Israel cometeu ’50 Holocaustos’
Declaração ocorreu quando Abbas foi questionado sobre a proximidade dos 50 anos do ataque a atletas israelenses por militantes palestinos

Os primeiros-ministros da Alemanha e de Israel condenaram nesta quarta-feira (17) os comentários do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que afirmou que os israelenses cometeram “50 Holocaustos” contra seu povo.
A declaração foi feita por Abbas em Berlim, na terça-feira (16), quando foi questionado sobre a proximidade dos 50 anos do ataque a atletas israelenses por militantes palestinos, nas Olimpíadas de Munique, em setembro de 1972.
“De 1947 até hoje, Israel cometeu 50 massacres em vilas e cidades palestinas, em Deir Yassin, Tantura, Kafr Qasim e muitas outras, 50 massacres, 50 Holocaustos”, afirmou, fazendo referência a uma série de incidentes nos quais palestinos foram mortos por israelenses desde a Nakba -termo usado na Palestina para o êxodo em massa da população que fugiu ou foi expulsa de suas casas na guerra de 1948, que acompanhou a criação do estado de Israel.
Segundo um porta-voz do governo alemão, o gabinete do premiê Olaf Scholz convocou o chefe da missão diplomática palestina em Berlim para protestar contra a declaração.
Já o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, chamou a afirmação de “desgraça moral”. Em um post no Twitter, ele escreveu que “Mahmoud Abbas acusar Israel de ter cometido ’50 Holocaustos’ enquanto pisava em solo alemão não é apenas uma desgraça moral, mas uma mentira monstruosa”. “A História jamais irá perdoá-lo”, acrescentou.
Em resposta, Abbas emitiu um comunicado no qual chamou o Holocausto promovido pelos nazistas alemães contra os judeus -no qual 6 milhões foram mortos- de “o crime mais hediondo na história moderna da humanidade”.
Saudação nazista Também nesta quarta-feira, a polícia de Munique anunciou a prisão de um jovem de 19 anos que fez uma saudação nazista diante de uma delegação de atletas israelenses que participam do Campeonato Europeu de Atletismo.
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Os 16 atletas visitavam um monumento erguido em memória das vítimas do atentado realizado em 5 de setembro de 1972 pela organização palestina Setembro Negro, nos Jogos Olímpicos de Munique, que matou 11 membros da delegação israelense.
Segundo um comunicado da polícia, os atletas não perceberam o gesto, que foi observado por agentes que os acompanhavam até o local.
Na Alemanha, a saudação nazista ou o uso de sinais como a suástica são considerados crimes e podem ser punidos com multas ou penas de até três anos de prisão.