Abadiânia supera caso João de Deus e se reinventa com turismo no Lago Corumbá IV
Prefeito do município afirmou que atividades de lazer impulsionaram comércio local após 2018
Com a prisão do médium João de Deus, em 2018, o município de Abadiânia sofreu um grande impacto econômico, advindo do fim do turismo religioso local.
No entanto, a cidade encontrou na exploração do Lago Corumbá IV uma saída para atrair novamente os visitantes e se reerguer financeiramente.
Ao Portal 6, o prefeito Zé Diniz (PP) explicou que foi feito um trabalho na região para que as margens do curso d’água se tornasse um atrativo turístico.
“Nós depositamos todas as nossas energias para que o local pudesse receber muitos turistas e movimentar a cidade novamente. Com muito trabalho nós conseguimos fazer que as margens do lago ‘substituísse’ o turismo religioso”.
O gestor de Abadiânia destacou também que um trabalho de pavimentação do Governo de Goiás na GO-474, rodovia que atravessa a região, facilitou o acesso ao Lago Corumbá IV, tornando o turismo mais próspero na cidade.
Além disso, ele pontuou que houve uma mudança de eixo nas atividades comerciais no município, visto que, até 2018, elas eram concentradas nos hotéis e pousadas que abrigavam os visitantes religiosos.
“Os açougues, padarias e supermercados aqui cresceram muito. Acreditamos que fomentou o comércio talvez até mais que o pessoal que frequentava a Casa Dom Inácio [de Loyola – onde João de Deus atendia pessoas]”.
Por fim, Zé Diniz afirmou que a movimentação de fiéis reduziu de forma tão drástica que os números se tornaram irrisórios. “Hoje não temos 0,5% do que tínhamos em 2018”.
Aumento nas vendas
Indo de encontro ao que disse o prefeito de Abadiânia, os estabelecimentos comerciais da região puderam sentir no próprio bolso essa mudança de paradigma da cidade.
Ao Portal 6, Ronie Ferreira Pinto, proprietário de uma casa de carnes do município, destacou que a instabilidade de 2018 já é algo que ficou na memória dos moradores.
“A gente teve um momento difícil, mas agora já retomou bastante do que tinha. Na região que nós estamos, mais próxima ao lago, nem sofremos tanto não”.
O comerciante afirmou que a movimentação no estabelecimento dele aumentou bastante, com uma vantagem de estar na rota entre a cidade e o lago.
Ele inclusive salientou que “nos finais de semana, feriados, as vendas aumentam até mais de 50%. É quando mais vende”, concluiu.