Naufrágio na costa da África deixa 7 migrantes mortos e mais de 60 desaparecidos
Embarcação partiu de Senegal rumo às Ilhas Canárias, na Espanha, e foi localizada a 270 km da costa de Cabo Verde

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos sete migrantes morreram e mais de 60 estão desaparecidos após o naufrágio de uma embarcação que partiu do Senegal rumo às Ilhas Canárias, na Espanha, informou nesta quarta (16) a Organização Internacional para Migração (OIM).
Autoridades dizem que as chances de encontrar sobreviventes são baixas.
A embarcação partiu há um mês com cerca de cem passageiros e foi localizada por pescadores espanhóis na última terça (15), a 270 quilômetros da costa de Cabo Verde. Os migrantes estavam em uma espécie de canoa, que virou.
As autoridades não divulgaram a identidade das vítimas, mas disseram que crianças e adolescentes estavam na embarcação.
As causas do naufrágio estão sendo investigadas, e as equipes de resgate continuam as buscas de sobreviventes. As esperanças, entretanto, são escassas.
Sada Msehli, porta-voz da OIM, disse ser provável que as 63 pessoas desaparecidas estejam mortas.
Testemunhas dizem que a embarcação partiu em 10 de julho de Fass Boye, no oeste do Senegal. Eles usavam uma embarcação de tipo “piroga”, construída com um tronco de árvore comprido e estreito.
De acordo com um comunicado da chancelaria senegalesa, o barco partiu com 101 passageiros, dos quais 38 foram resgatados. Os sobreviventes estão em processo de repatriação.
A rota de migração da África Ocidental para as Canárias, em geral usada por pessoas que tentam chegar à Espanha, é uma das mais mortais do mundo.
“Faltam caminhos seguros e regulares para a migração. Isso abre espaço a contrabandistas e traficantes de pessoas nessas jornadas mortais”, disse Msehli, da OIM.
As Canárias viraram o principal destino de imigrantes que tentam chegar à Espanha – um número menor tenta cruzar o mar Mediterrâneo até o país.
O verão é o período com mais tentativas de travessias. Pelo menos 559 pessoas morreram tentando chegar ao arquipélago em 2022.
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Já nos seis primeiros meses deste ano, 126 pessoas morreram ou desapareceram em 15 naufrágios, segundo a OIM.
As travessias muitas vezes são feitas em canoas ou outras embarcações precárias. Além do risco de naufrágio, é comum que os migrantes sofram com a falta de água potável ou de alimentos a bordo.
Em outro incidente recente, 15 migrantes foram encontrados mortos após um barco afundar próximo à costa do Senegal, no final de julho.
No mês anterior, o país africano havia registrado alguns de seus piores tumultos dos últimos anos após o líder opositor Ousmane Sonko ser condenado a dois anos de prisão.
O político, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2019, foi absolvido da acusação de estuprar uma mulher de 21 anos, mas a corte o condenou por outro delito descrito no Código Penal como comportamento imoral contra menores de 21 anos – a mulher tinha 20 anos à época do suposto crime.
A decisão, que ele considera uma conspiração política, o deixa fora das eleições de fevereiro de 2024.
Durante as manifestações, as autoridades mobilizaram as Forças Armadas na capital, Dacar, para conter os distúrbios que duraram dois dias e deixaram pelo menos 16 pessoas mortas e 500 presas.
Diante da crise, o governo senegalês apresentou uma Estratégia Nacional para o combate à imigração clandestina, com aumento dos investimentos em prevenção, repressão e controle nas fronteiras.