Um terremoto de magnitude 7,0 atingiu a costa do Peru na madrugada desta sexta-feira (28) e, apesar da intensidade, não deixou mortos nem grandes danos na infraestrutura, segundo autoridades locais. O tremor foi sentido em Lima e em grande parte da costa sul e central do país.
O sismo ocorreu a uma profundidade de 42 km, por volta das 0h36 locais (02h36 em Brasília), no departamento de Arequipa, 780 quilômetros ao sul de Lima. Em geral, tremores mais próximos da superfície, chamados de rasos (em torno de dez quilômetros de profundidade ou menos), causam mais estragos, daí o possível impacto menor deste terremoto.
A cerca de 40 quilômetros do epicentro estão as localidades de Chala, com cerca de 10 mil habitantes, e Yauca, onde vivem 2.000 pessoas.
Após o tremor, a região foi atingida por quatro réplicas de magnitude que variaram de 4 a 4,6, causando deslizamentos de terra em estradas.
O Ministério da Saúde afirmou na rede social X que pelo menos nove pessoas ficaram feridas em decorrência do sismo, mas que nenhum caso é grave. Já o assessor do governo regional de Arequipa, Carlos Zanabria, disse a uma rádio local que houve registros de danos materiais em alguns distritos, mas que ele não tinha conhecimento de relatos de mortes.
Flavio Aranguren, prefeito de Yauca, disse a uma rádio que algumas paredes de casas no distrito desabaram. Já Ricardo Guillen, representante do Centro de Operações de Emergência Nacional, afirmou que houve cortes de energia e telefone em áreas próximas ao epicentro.
De todas as formas, o governo disse nas redes sociais que estava monitorando a situação para avaliar os danos e “determinar as ações a serem tomadas”. O chefe de gabinete da Presidência, Gustavo Adrianzén, tentou transmitir tranquilidade. “O terremoto passou, estamos fazendo as primeiras avaliações e até agora não há mortos.”
Durante a madrugada, o Centro Nacional de Alerta de Tsunami dos Estados Unidos disse que havia uma ameaça de tsunami, com ondas de 1 a 3 metros de altura registradas em algumas partes do litoral do Peru. A Direção de Hidrografia e Navegação da Marinha também emitiu inicialmente um alerta semelhante, depois descartado pelas autoridades peruanas.
Segundo o diretor do Instituto Geofísico do Peru, Hernando Tavera, o alerta emitido minutos depois do sismo foi uma medida preventiva, já que o epicentro do terremoto foi no mar.
Terremotos são comuns no Peru -o país faz parte do chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma extensa área que circunda o Oceano Pacífico onde os choques entre as placas continentais, que causam os tremores, são frequentes.