Cantora francófona mais ouvida do mundo, Aya Nakamura chamou atenção por seu show na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.
Durante o evento, ela interpretou uma canção de Charles Aznavour, um dos principais nomes da música francesa. A apresentação foi acompanhada por instrumentistas da Guarda Republicana.
Nakamura, que tem 29 anos, nasceu em Mali, mas imigrou para a França ainda criança. Ela é uma das cantoras mais populares do país, acumulando mais de nove milhões de ouvintes mensais no Spotify.
A artista, conhecida por misturar pop e R&B em seus trabalhos, já lançou quatro álbuns de estúdio, sendo que o mais recente é intitulado “DNK”, do ano passado. Entre as suas músicas mais famosas estão “Copines”, “Doggy” e “Djadja”, que a catapultou à fama, em 2018.
Em fevereiro, Nakamura ganhou um prêmio Victoire -o equivalente francês do Grammy- de melhor artista feminina.
Nesse mesmo mês, ela passou a sofrer ataques depois que o semanário L’Express anunciou que ela faria uma apresentação na abertura das Olimpíadas.
Líder do partido de extrema direita Reunião Nacional, Marine Le Pen se opôs a esta possibilidade, acusando o presidente Emmanuel Macron de querer “dividir” e “humilhar os franceses”, devido à “sua roupa”, à “sua vulgaridade” ou ao fato de que ela “não canta em francês”. As críticas foram consideradas racistas.
Em resposta, cerca de 20 ativistas antirracismo dançaram canções da franco-maliense em frente à sede do partido, que estava fechada.
O comitê organizador da cerimônia se disse ofendido pelos ataques racistas e declarou apoio à artista. A polêmica prosseguiu nas redes sociais durante a semana passada. A ministra dos Esportes, Amelie Oudea-Castera, usou a plataforma X para afirmar seu apoio a ela.