Pai também usava dinheiro doado ao tratamento da filha com paralisia para usar drogas, alugar Airbnb e pedir iFood

Segundo depoimentos do próprio suspeito, os gastos tidos com a filha eram de aproximadamente R$ 5 mil por mês, valor abaixo do total que recebiam em doações

Samuel Leão Samuel Leão -
Igor Viana. (Foto: Reprodução/ Youtube)

Após a prisão do influencer Igor Viana pela suspeita de desviar doações que recebia para custear os tratamentos da filha com paralisia cerebral, novos detalhes foram divulgados pela delegada Aline Lopes. Segundo ela, dentre as destinações dadas ao dinheiro estava o aluguel de Airbnbs, pedidos diários de Ifood e o uso de maconha, prática que, sozinha, representava um gasto de cerca de R$ 300 por semana.

Em entrevista ao Portal 6, a responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) detalhou as investigações, revelando informações apuradas e pontuando a previsão de conclusão do inquérito. A agente também acompanhou a prisão do jovem, ocorrida na última sexta-feira (02).

“Temos um prazo de 10 dias, a partir da prisão dele, para concluir o inquérito. No entanto, vou pedir uma prorrogação porque faltam respostas do banco, que respondeu de forma incompleta. No máximo em 15 dias devemos concluir. Já constatamos que ele recebia muito mais dinheiro do que gastava com os tratamentos”, explicou.

Segundo depoimentos do próprio suspeito, os gastos tidos com a filha eram de aproximadamente R$ 5 mil por mês, valor abaixo do total que recebiam em doações. Além dos valores, também havia seguidores que se dispunham para custear tratamentos específicos integralmente.

“Com o dinheiro que sobrava, eles tinham outros gastos. Apenas em maconha, era cerca de R$ 300 por semana, às vezes até mais, e acreditamos que as drogas eram para o consumo do casal. Eles moravam juntos em uma casa cedida pelo pai do Igor, até que, pouco antes do caso eclodir, a Ana resolveu se mudar e fez a ação pedindo a geladeira. O jovem não tem imóveis e nem carros no próprio nome”, complementou.

Ao ser contestada acerca de vídeos que o jovem fazia, a exemplo de um no qual ostenta uma camionete Dodge Ram, a policial apontou que ele produzia tais conteúdos para “causar nas redes” e gerar indignação. Os itens exibidos seriam todos cedidos ou emprestados de amigos.

“Para concluir, a mãe continua tendo acesso à menina, mas a responsabilidade continua com a avó paterna”, finalizou.

A reportagem tentou contato com a defesa do influencer, mas, até o momento da publicação desta matéria, não obteve respostas. O espaço segue aberto.

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