O forte relato da brasileira que precisou reverter a bariátrica
A mulher decidiu encarar o procedimento após ouvir do médico que, se continuasse com sobrepeso, poderia morrer

A bariátrica é vista por muitos como um caminho definitivo para recuperar a saúde e mudar de vida.
Mas, como todo procedimento cirúrgico, ela também pode trazer riscos.
E foi exatamente isso que aconteceu com Uli Suéllen, uma fotógrafa de Brasília que viveu uma experiência extrema e pouco falada: precisou reverter a bariátrica após complicações graves que quase custaram sua vida.
O forte relato da brasileira que precisou reverter a bariátrica
Uli tinha 34 anos quando fez a cirurgia bariátrica em 2021. Com 1,58 m de altura e 115 kg, ela decidiu encarar o procedimento após ouvir do médico que, se continuasse com sobrepeso, poderia morrer. Mesmo sem outras doenças relacionadas à obesidade, ela confiou na orientação profissional e fez um bypass gástrico, técnica que reduz o estômago e desvia parte do intestino.
O que parecia o início de uma nova fase virou um pesadelo logo nos primeiros dias. Uli não conseguia se alimentar, passou por desidratação grave e precisou ser internada na UTI, onde foi alimentada por sonda. Em pouco tempo, perdeu peso demais e chegou aos assustadores 32 kg.
Complicações severas e internações constantes
As internações se tornaram parte da rotina. Mesmo após receber alta, ela voltava a ser internada constantemente. A situação se agravou quando começou a perder parcialmente a visão e os movimentos do corpo. Uli relata que não conseguia mais ficar em pé ou caminhar sozinha. Segundo os médicos, o estômago dela havia “dobrado”, o que prejudicava ainda mais a absorção de nutrientes.
Nesse ponto, a única saída foi reverter a bariátrica. Mas, para isso, ela precisava ganhar peso — o que exigiu mais semanas de internação e cuidados intensivos. Só após atingir 48 kg, a cirurgia de reversão pôde ser feita.
O pós-reversão e os desafios emocionais
Após a reversão da bariátrica, Uli passou por um período delicado de reabilitação. Precisou reaprender a comer, adaptar o corpo e lidar com o trauma. Hoje, pesa cerca de 90 kg e afirma ter recuperado a qualidade de vida, mas ainda enfrenta crises de ansiedade e medo de comer. Por isso, segue em tratamento psicológico e com acompanhamento de nutricionista e endocrinologista.
Uli decidiu contar sua história para alertar outras pessoas. Segundo ela, pouco se fala sobre os riscos da bariátrica. A maioria dos relatos nas redes sociais mostra apenas os resultados positivos, o “antes e depois”, mas esconde as possíveis complicações.
O que você precisa saber sobre a bariátrica
A bariátrica é indicada em casos de obesidade moderada a grave, especialmente quando há comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão ou apneia do sono. Em geral, é considerada segura, com bons índices de sucesso. No entanto, como qualquer cirurgia, pode apresentar complicações — especialmente quando não há acompanhamento multidisciplinar contínuo.
A história de Uli serve como alerta: é fundamental entender todos os riscos, conversar com mais de um especialista, preparar o corpo e a mente para o processo e garantir suporte psicológico antes e depois do procedimento. A bariátrica pode transformar vidas, sim, mas não é mágica. E nem sempre dá certo da mesma forma para todo mundo.
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