A profissão que voltou com tudo e está pagando salário de R$ 8 mil, além de benefícios
Antes vista por muitos como algo simples ou temporário, agora se consolida como uma carreira valorizada

A profissão de cuidadora de crianças, conhecida popularmente como babá, voltou com força total e vem surpreendendo com salários que podem chegar a R$ 8 mil por mês.
O movimento, que começou em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, tem chamado a atenção não apenas pelos valores, mas também pela mobilização das profissionais em busca de valorização, respeito e reconhecimento.
Em um cenário em que o custo de vida nas grandes cidades cresce e as famílias buscam confiança e qualificação no cuidado com os filhos, a profissão de babá se tornou uma das mais disputadas — e, agora, também uma das mais bem remuneradas.
A profissão que voltou com tudo e está pagando salário de R$ 8 mil, além de benefícios
Em Higienópolis, um grupo de babás decidiu se unir e criar uma espécie de “tabela da babá”, definindo um valor mínimo para o trabalho.
Segundo o documento, o salário sugerido varia entre R$ 7.000 e R$ 8.000 para uma jornada de oito horas diárias, de segunda a sexta-feira.
Além disso, os pacotes incluem benefícios como cesta básica, alimentação no local e vale-transporte.
Para trabalhos extras — como plantões noturnos, feriados ou fins de semana —, o valor pode chegar a R$ 1.200 por turno.
A proposta tem caráter reivindicatório, funcionando como uma forma de fortalecer a categoria e incentivar que mais profissionais sejam contratadas de forma justa e com direitos garantidos.
Uma nova valorização da profissão doméstica
A criação dessa tabela não representa apenas uma questão salarial.
Ela simboliza um avanço importante no reconhecimento de uma profissão historicamente marcada pela informalidade e pelos baixos salários.
Muitas cuidadoras passaram anos trabalhando sem registro, sem folgas e com pouca valorização social.
Agora, esse movimento em São Paulo mostra que o cenário começa a mudar.
De acordo com especialistas, esse aumento na remuneração está relacionado à alta demanda por profissionais qualificadas e de confiança.
Famílias com rotinas intensas, especialmente em grandes centros urbanos, estão dispostas a pagar mais por segurança, experiência e dedicação no cuidado infantil.
Uma pauta que vai além do trabalho
Segundo a Pesquisa Nacional sobre Trabalho Doméstico e de Cuidados Remunerados, do Ipea e do Ministério da Igualdade Racial, quase 70% das pessoas que atuam nessa área no Brasil são mulheres negras.
Por isso, a valorização da profissão também é um passo importante em direção à equidade racial e de gênero.
A luta por melhores condições de trabalho se mistura, portanto, com o combate às desigualdades históricas que ainda marcam o mercado de trabalho doméstico.
O movimento das babás de Higienópolis representa não apenas uma busca por salários mais altos, mas também por respeito, dignidade e reconhecimento social.
O que esperar daqui pra frente
Com o debate ganhando força, outras regiões do país podem seguir o exemplo e começar a discutir padrões de remuneração mais justos para a profissão.
Essa nova realidade mostra que o cuidado com crianças — algo essencial e de grande responsabilidade — começa, finalmente, a ser tratado como o trabalho qualificado que realmente é.
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