Conheça a cidade goiana que já foi a capital do alho, mas se transformou e hoje é a cidade do doce

Cultura é tão forte que foi reconhecida como patrimônio imaterial do estado

Natália Sezil Natália Sezil -
Nerópolis passou a ser conhecida como a "Cidade Goiana do Doce".
Nerópolis passou a ser conhecida como a “Cidade Goiana do Doce”. (Foto: Captura via Youtube/Doces Nerópolis)

Muitas vezes, em conversas despretensiosas e nos bate-papos do cotidiano, ouvimos que as pessoas sempre podem mudar – e, para as cidades, essa premissa não é diferente. Existe um município goiano que é a prova disso.

Nerópolis já foi considerada a capital do alho e, em questão de poucos anos, acabou se tornando a “Cidade Goiana do Doce“. Auto apelidada de “o doce tempero do Brasil”, chegou a ser reconhecida na lei por conta da característica.

Localizado na região Metropolitana de Goiânia, o município abriga população estimada de 34.273 pessoas, muitas das quais vivenciaram as duas fases da cidade.

Mas Nerópolis tem história para contar mesmo antes do auge do alho. No século XIX, pertenceu a Pirenópolis e a Anápolis, à época chamada Santana das Antas. Parte da ocupação começou, inclusive, com um anapolino, que montou acampamento e reuniu outras famílias.

Ainda lugarejo crescente, o local ficou conhecido como Matinha dos Taveiras. Depois, o nome passou a ser Campo Alegre. Quando virou vila, começou a ser chamado Cerrado. Só em 1930 assumiu Nerópolis, em homenagem ao senador Nero Macedo.

Com terras férteis e pastagens exuberantes, a região logo cresceu, sendo elevada a município em 1948. A cultura do alho começa mesmo na década de 1970, quando aumentou a produção agrícola do item.

Com muita mão de obra e cenário ideal para o cultivo, o legume passou a ser exportado para outros estados e começou a movimentar as feiras e festas, que recebiam compradores de várias partes do país.

A Administração Municipal conta que a cultura foi tão forte que incentivou festas do alho e até concurso para eleger a “rainha do alho”. As cerimônias tinham direito a decorações temáticas.

Os doces surgiram em meio a esse contexto. A história diz que a “virada de chave” foi o surgimento da Fábrica de Doces de Nerópolis, em 1966. A década de 1960 viu nasceu uma nova tradição.

Com gerações de famílias dedicadas à atividade e expressões características, o reconhecimento foi oficializado pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) em 2023.

A Lei 22.203 determinou que “a gastronomia e a cultura dos doces produzidos no município de Nerópolis/GO ficam reconhecidas como patrimônio imaterial goiano”.

E, assim, quem faz o trajeto Anápolis – Goiânia, ou vice-versa, pode constantemente conferir a placa que torna a mensagem clara para quem vê a cidade: “Nerópolis. O doce tempero do Brasil”.

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Natália Sezil

Natália Sezil

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás, é estagiária do Portal 6 e atua na cobertura do cotidiano. Apaixonada por boas histórias, gosta de ouvir as pessoas, entender contextos e transformar relatos em narrativas que informam e conectam o público.

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