Problema técnico adia 1º lançamento orbital da história do Brasil

Primeiro lançamento de satélites à órbita terrestre feito a partir do território brasileiro estava previsto para as 15h45

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Mensagem vinda do espaço
(Foto: Divulgação/ NASA)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A empresa sul-coreana Innospace comunicou à FAB (Força Aérea Brasileira) e à AEB (Agência Espacial Brasileira) que, por questões técnicas, não fará nesta quarta-feira (17) a primeira tentativa de lançamento do foguete Hanbit-Nano no CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), no Maranhão.

O primeiro lançamento de satélites à órbita terrestre feito a partir do território brasileiro estava previsto para as 15h45, quando o foguete da empresa sul-coreana iniciaria seu voo. Uma nova tentativa está prevista para sexta-feira (19), às 15h34.

A Innospace informou que o adiamento visa garantir tempo suficiente para substituir um componente na unidade de refrigeração do sistema de alimentação de oxidante do primeiro estágio. Uma anomalia foi identificada durante as inspeções finais de lançamento.

Em nota divulgada no início da madrugada desta quarta, a FAB afirmou que mantém suas infraestruturas, sistemas e equipes técnicas operacionais, “garantindo todo o suporte necessário para a realização de lançamento, em coordenação com os demais órgãos envolvidos”.

“O problema requer a substituição de um componente específico dentro da unidade de refrigeração e não indica qualquer defeito estrutural no veículo de lançamento”, diz a empresa.

A substituição pode ser realizada com o veículo ainda na plataforma de lançamento e, por isso, a operação pode prosseguir na sexta-feira.

O lançamento reúne em torno de 400 profissionais, brasileiros e sul-coreanos. Inicialmente, o voo estava previsto para o dia 22 de novembro, porém, foi adiado. Segundo a FAB, a data foi alterada para que novos testes de segurança pudessem ser efetuados.

O foguete levará oito cargas úteis, desenvolvidas por entidades do Brasil e da Índia, com massa somada de 22 kg. Se tudo correr bem, elas devem ser colocadas em uma órbita terrestre baixa com 300 quilômetros de altitude e inclinação de 40 graus.

O veículo tem 22 metros de altura, pesa 30 toneladas, pode atingir cerca de 30 mil km por hora e começou a ser desenvolvido em 2023, quando o protótipo foi testado no CLA durante a operação Astrolábio.

HISTÓRICO DE ALCÂNTARA

O CLA, instalação operada pela FAB, serve como principal plataforma para lançamentos espaciais no país.

Foi lá que aconteceram as três tentativas de lançamento do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites), em 1997, 1999 e 2003 —todas malogradas, a última delas antes mesmo da decolagem, com um incêndio catastrófico que matou 21 técnicos e engenheiros do programa espacial brasileiro e acabou dando fim prematuro ao projeto.

Desde então, o CLA só tem servido a lançamentos suborbitais, principalmente com o foguete de sondagem VSB-30, desenvolvido pelo IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço) em parceria com a DLR (agência espacial alemã).

O último lançamento desse veículo em Alcântara aconteceu em 2022. O veículo também serve a missões realizadas a partir do centro Espacial de Esrange, na Suécia, a última delas conduzida no ano passado.

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