Brasil mostrará no Canadá soluções encontradas para Olimpíadas de 2016
As delegações esportivas que vão participar dos Jogos Pan-Americanos em Toronto, Canadá, de 10 a 26 de julho, vão conhecer naquele país as providências que estão sendo tomadas pelos três níveis de governo, no Brasil, para a viabilização das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
O presidente da Autoridade Pública Olímpica, Marcelo Pedroso, informou hoje (24), no Rio de Janeiro, que vai apresentar às delegações, em Toronto, o documento Matriz de Responsabilidades das Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016, que relata a condução dos compromissos assumidos para a organização dos jogos. Ele participa de uma entrevista coletiva, no dia 11 de julho, na cidade, para apresentar o documento às delegações. No dia 28, será divulgada, no Rio de Janeiro, a terceira versão do documento, com foco nas operações e serviços.
De acordo com Pedroso, as formas de atuação dos organizadores dos jogos no Brasil são estabelecidas pelas três esferas de governo [minicipal. estadual e federal], diante de situações eventuais que possam surgir. “Não descartamos que haja necessidade de adotar medidas complementares para permitir a realização de algumas competições”, afirmou.
Ele assegurou que todas as obras estão caminhando de forma adequada, dentro dos prazos necessários, de modo a garantir tanto a realização dos eventos-teste, como a dos Jogos. “Estamos falando de um grande desafio para o Estado brasileiro,ou seja, de garantir a entrega de um projeto conjunto de grande complexidade. Acho que o resultado tem sido muito positivo, porque temos conseguido manter tudo dentro das expectativas de entrega para a realização desses eventos”.
Há, por exemplo, uma série de medidas em curso para garantir um campo de prova adequado para a competição de barco à vela, na Baía de Guanabara. O primeiro evento-teste ocorreu no ano passado, e o próximo, está marcado para agosto deste ano.
Marcelo garante que área ficará pronta até o dia da competição. “Estamos tomando medidas de contenção, colocando ecobarreiras, enfim, adotando estratégias de utilização de ecobarcos, por exemplo, para fazer coleta do lixo flutuante, que é o nosso maior desafio. Há ainda a utilização de biorremediação, e, com tudo isso, o resultado será muito positivo”, disse Marcelo Pedroso. Ele acredita que essas medidas vão permitir que o teste ocorra.
Pedroso explicou também que não será preciso utilizar biorremediação – tecnologia de combate aos produtos que contaminam a área – durante a realização da competição. Uma obra que está em curso na Marina da Glória vai integrar as redes de águas pluviais com o esgotamento sanitário, a fim de eliminar os lançamentos de esgoto no local.
Essa medida de esgotamento sanitário, segundo ele, vai melhorar a qualidade da água bem em frente à Marina. Nos pontos das raias onde serão realizadas as competições, o resultado atende a padrões internacionais, segundo garantiu o presidente da APO. “O único ponto que ainda permanece fora desses padrões é justamente essa área da Marina da Glória. Mas com a obra que está sendo feita, a qualidade de água vai melhorar naquele ponto”, afirmou.
No caso do Complexo de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro, que receberá 11 modalidades esportivas, entre as quais hipismo saltos e adestramento e hóquei sobre grama, há um planejamento operacional feito pelo Comitê Rio 2016.
No momento, as autoridades estão se dedicando à parte de serviços e operações relacionadas aos Jogos Olímpicos. O presidente da APO disse que caberá aos entes públicos definir o que é legado e, portanto, o que estará no Plano de Política Pública, e o que entrará na Matriz de Responsabilidades.
Durante a viagem ao Canadá, Marcelo Pedroso pretende fazer contatos institucionais, principalmente no sentido de observar de que forma os canadenses estão se preparando para garantir o uso do legado das instalações esportivas em Toronto, “o que para nós, é de grande interesse, porque é o nosso foco de atenção, no momento”.
O Comitê Rio 2016 gerencia o orçamento dos jogos, que é privado, e atua na captação de recursos privados, oriundos de direitos de exploração dos Jogos. Também prevê os investimentos necessários à realização das provas.
A Matriz de Responsabilidades incorpora todos os investimentos previstos pelos governos para iniciativas exclusivas dos Jogos. Essa matriz, entretanto, tem também uma participação privada, por meio de Parcerias Público-Privada (PPPs). Um exemplo é o Campo de Golfe Olímpico, citou. “Há uma participação forte do setor privado no custeio da Matriz de Responsabilidades”.
Já o Plano de Política Pública prevê todos os investimentos que se caracterizam como recursos de política pública, que implicarão na construção de um legado posterior às Olimpíadas. Investimentos em transportes são estratégicos para a transformação da cidade para os Jogos, apontou.
Agência Brasil