Compromisso consigo mesmo
Há certa dificuldade em colocar em prática e cumprir com compromissos que fazemos conosco. Tanto pelo fato de que ninguém irá nos cobrar e pela facilidade de desistirmos do objetivo sem precisar dar satisfação a ninguém.
Talvez a preocupação com nossa reputação diante das pessoas nos torne pessoas pró-ativas e cumpridores de obrigações para com eles, a nossa “imagem” acaba se tornando mais importante, nosso ego exige que sejamos muito bons diante dos outros – logo parecer se torna mais importante que ser.
Raramente questionaremos a nossa força de vontade quanto a disciplina de cumprir tarefas, alguns sentem remorso, mas ficará apenas em sua consciência e nada ficará exposto ao julgamento alheio. Quantas metas colocamos diante de nós e nunca cumprimos? Se o dia 1° de janeiro testemunhasse sobre nossas promessas, o que diria a nosso respeito?
Acredito que todos nós em algum momento procrastinamos algo que exigiu de nós muita dedicação e auto-controle, afinal somos donos da vontade de realizar e seremos também do resultado dela, então se conseguir fazer da disciplina nossa amiga, ótimo; se não, foi bom enquanto durou. A questão é: Vai agregar valores? Se sim, que tal começarmos a nos levar mais a sério?
Só conseguiremos ser pessoas com força de caráter e honrar nossos compromissos com as outras pessoas se primeiro honrarmos conosco. É claro que existem situações que fogem do nosso controle, não somos onipotentes e estamos sempre vulneráveis aos fatores externos; mas o que depender de nós quanto a colocar em prática aquilo que determinamos fazer, que façamos dentro de nossas possibilidades, pois não dá pra abraçar o mundo inteiro com as mãos.
O importante é começar estipulando metas de realidades fáceis a serem cumpridas, a partir daí vai acrescentando as mais desafiadoras. O melhor de tudo é que vai criando em nossa consciência um forte senso de responsabilidade, moldando nosso caráter, nos tirando sempre da zona de conforto e capacitando a realizar qualquer tipo de atividade que esteja ao nosso alcance.
Quando elevarmos o nível de importância de tudo aquilo que desejamos cumprir, começaremos a gerenciar a nós mesmos, ao ponto de nos causar incômodo caso desista de cumpri-lo, apesar de ninguém ao redor estar lhe cobrando o resultado que impôs pra si mesmo.
Pense no resultado final, em tudo o que irá acrescentar, no desafio que irá transpor e na força que irá adquirir no chão de sua existência pra todas as outras situações que exigirão de você compromisso inadiável.
Por mais simples que pareça ser e não tenha “cara” de relevante, absorver esse aprendizado sem mentores ao redor nos cobrando resultados mostram nossa maturidade e o nível de importância que damos a nós como pessoas que merecem consideração, respeito e significado pra vida de ninguém mais ninguém menos que nós mesmos.
Deniza L. Zucchetti é escritora nas horas vagas e mãe em período integral. Escreve todas as segundas-feiras