Mudar o mundo e as coisas só é possível se mudarmos a gente primeiro
Não seja mais um integrante que engrossa a massa dos idealizadores que nada realizam
Que o brilho do olhar retorne novamente. Que a vida brote no ser sedento por águas puras.
Que os dias acinzentados desvaneçam e que o sol volte a brilhar no horizonte.
Que os pés cansados tornem a correr com vigor, que alcance lugares altos.
Que os braços antes encolhidos e medrosos abracem as oportunidades que chegam como novidades de vida.
Que os beijos da ilusão não toque mais a alma. Que o carinho sincero seja o fiel companheiro.
A persuasão do medo perca forças e que nenhuma especulação o torne prisioneiro paralisado na vida. As inseguranças deem meia volta.
A ansiedade não o faça perder o sono provocando desistências. Não seja mais um integrante que engrossa a massa dos idealizadores que nada realizam.
As lágrimas sejam convertidas em alegrias. Sorrisos como de criança.
A malícia dê lugar à criatividade ingênua e impactante.
A sujidade dê lugar à verdade. Que o baile de máscaras fique apenas no passado.
Que a alma alcance seus propósitos, que o olhar seja amadurecido, limpo e apto à percepção.
Que o coração esteja forjado, que se conheça e se enxergue. Coração verdadeiro exala vida de dentro pra fora.
O lixo de influências não consiga ditar as regras para sua existência e os argumentos tendenciosos passem por filtro de discernimento.
A autenticidade seja seu escudo e que a consciência saiba de si mesma, revestida de sabedoria, aprendendo a fazer escolhas que o edifiquem como ser humano, convergindo-o dia após a dia a SER humano.
Que nada consiga tirar a paz no coração, aprendamos a guardá-la como tesouro.
Seja escrito na tábua do coração o entendimento renovado de que o verdadeiro valor está em seus tesouros de vida e na proposta de viver pela via do bem; que nenhuma fortuna supera valores intangíveis.
Que a alma aceite a compreensão de que nada tem beleza e valor sem amor. Sem a vertente do amor tudo é barulho, confusão, teatro, fingimento. Marketing pessoal propagandeando sua “bondade” é mediocridade patética, cinismo e corrupção.
Que a necessidade de divulgar o que a mão direita fez para a esquerda seja exterminada. Que os relacionamentos baseados em troca, barganha e interesses fiquem perdidos no baú das memórias repreensíveis.
Que a bondade altruísta e anônima corrija o olhar de seu coração. A necessidade de holofotes é vaidade antiquada. Toda “piedade” cobrada é falsidade disfarçada de bem. Bondade é graça.
Que a alma entenda que não se pode cobrar quando ele mesmo foi alcançado pela benesse divina.
Que a ousadia e intrepidez sejam companheiras, principalmente no momento de se avaliar, examinar, reconhecer erros e ter a coragem de pronunciá-los em um pedido de perdão.
A manipulação e o controle são armas mortais. Não sejamos covardes em usá-las para roubar a vida dos outros fazendo o papel da morte na existência de alguém.
A complexidade da individualidade alheia seja o pressuposto suficiente para deixá-lo livre pra ser quem a vida o chamou pra ser.
Ninguém tem o direito de ser o “senhor” da vida de quem quer que seja.
Não concordar com a omissão. O preço é alto. Não feche os olhos por (por enquanto) não ser o alvo. A perseguição injusta sempre encontra a todos pelo caminho. Basta que ela tenha a primeira oportunidade e irá de encontro ao que se ausentou na aplicação da verdade.
A vida requer de nós revolução. É como o sol raiando no íntimo e clareando nossos caminhos intrínsecos. Clareando nosso pensar. Revolucionando a si mesmo. Atreva-se!
Deniza Zucchetti é professora por vocação, quase Relações Internacionais, escritora por amor nas horas vagas e mãe de dois lindos filhos em período integral. Escreve toda semana.