Santa Casa de Anápolis entra em contagem regressiva para desativar UTI Pediátrica

Pressão política, telefonema do bispo para governador e jogo de empurra marcam os últimos dias de funcionamento na unidade

Rafaella Soares Rafaella Soares -

A Santa Casa de Misericórdia de Anápolis passa por um novo dilema e está ameaçando desativar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica, a única que atende pelo SUS na cidade, na próxima terça-feira (30).

Essa decisão está relacionada a um convênio com o Governo do Estado que rendia semestralmente mais de R$2,5 milhões à unidade, mas que terminou em dezembro de 2018 e ainda não foi renovado pela gestão do governador Ronaldo Caiado (DEM).

Para resolver a situação, não bastaria que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) fechasse um novo acordo, pois a Santa Casa também quer receber os repasses dos primeiros quatro meses de 2019, que equivalem a pouco mais que R$1,7 milhão.

Dos três deputados estaduais que Anápolis tem, apenas Amilton Filho (SDD) tem se mexido para ajudar a equacionar o problema. Nesta semana, o parlamentar se reuniu com o secretário estadual de Saúde Ismael Alexandrino para tratar do assunto.

Ao Portal 6, ele adiantou que fará toda pressão política necessária para que a desativação dos leitos não ocorra.

“A UTI da Santa Casa é fundamental para saúde publica de Anápolis e região. O fechamento seria um caos. Lutaremos até o ultimo dia para evitar que isso aconteça. Fiz uma pressão política para que o assunto seja prioridade junto ao Governo, para que o secretário busque uma solução jurídica para fazer esse repasse”, disse.

Jogo do empurra

Nos últimos anos a Santa Casa foi palco de várias crises financeiras e de gestão. Agora, mesmo na quase iminência de fechar a UTI Pediátrica, prefere não falar sobre o assunto com a imprensa. A opção do hospital tem sido agir com pressão nos bastidores.

Mesmo não sendo parte responsável no problema, a Prefeitura de Anápolis já foi notificada pela Santa Casa. A reportagem apurou que a medida serviu para instigar o município a também “entrar na briga” pelo funcionamento da UTI Pediátrica, seja aportando mais recursos para o hospital ou instigando o Governo do Estado a oferecer um acordo.

Dom João Wilk, bispo da cidade, também teria se somado aos esforços em prol da Santa Casa ligando para o governador.

Ronaldo Caiado direcionou a resolução do caso para a SES, que só aceita firmar um novo convênio a partir de maio.

Ismael Alexandrino, secretário Estadual de Saúde, não atendeu às ligações do Portal 6 para comentar o caso.

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