As condições que juiz deu para soltar delegado Glayson Reis e a causa da prisão
Portal 6 teve acesso à decisão e a detalhes da investigação, que segue em segredo de Justiça
A comunicação da Polícia Civil de Goiás confirmou ao Portal 6, nesta segunda-feira (08), que a Corregedoria do órgão solicitou, assim como a defesa, a soltura do delegado aposentado Glayson Reis, protagonista do mais recente escândalo em Anápolis.
O pedido foi apresentado ao juiz Ricardo Silveira Dourado na última sexta-feira (05) e o magistrado concedeu no mesmo dia o alvará de soltura, mesmo com recomendação contrária do Ministério Público de Goiás.
Na decisão, a qual a reportagem teve acesso, é mencionado que o delegado aposentado ficará sob “liberdade provisória”. Ou seja, esse benefício pode ser cassado a qualquer momento caso ele descumpra as condições impostas pelo juiz.
Sigilosa, a investigação corre em segredo de Justiça. Porém, a partir das palavras usadas pelo juiz Ricardo Silveira Dourado, é possível deduzir que o inferno astral do delegado aposentado pode estar apenas começando.
No comando do Observatório Municipal de Segurança, cargo que ocupou de janeiro de 2017 a junho de 2019, Glayson Reis “teria praticado os crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e peculato”.
Também são investigados, e igualmente foram presos e soltos, o agente Rogério Ângelo Batista e o escrivão Ivair Pereira de Miranda. Ambos compunham a equipe do delegado enquanto estava na ativa e tiveram, assim como Glayson, os sigilos “telefônico, telemático e de estação rádio-base” quebrados pelo mesmo juiz em março deste ano.
O Portal 6 tentou, sem sucesso, localizar o delegado aposentado Glayson Reis.
Chefe da Comunicação da Polícia Civil, e ex-secretária de Segurança Pública, a delegada Renata Cheim disse que “todas as medidas que estão sendo adotadas pela Corregedoria visam garantir a eficiência da investigação que, repito, continua sendo desenvolvida pela Corregedoria” e ressaltou que “a Polícia Civil não irá compactuar com qualquer tipo de desvio de conduta praticado por servidor, atuando com justiça e sempre cumprindo a Lei”.
Em nota, a Prefeitura de Anápolis disse que “esta é uma investigação interna da Polícia Civil e, até o presente momento, não foi notificada sobre nada referente a este processo”.