Deputado apresenta projeto para militarizar tradicional colégio público de Anápolis

Região Leste da cidade, no entanto, aguarda há mais de um ano pela quarta unidade já aprovada pela Alego

Rafaella Soares Rafaella Soares -
(Foto: Reprodução)

O deputado Coronel Adailton (PP) apresentou um projeto de Lei na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) que quer transformar o Colégio Estadual José Ludovico de Almeida  (CEJLA), localizado na região Central de Anápolis, em um Colégio Militar, a partir do 1º semestre de 2020.

A expectativa do parlamentar é beneficiar os estudantes dos bairros São Jorge, São Lourenço, Frei Eustáquio, Jardim Petrópolis, São José, Dom Pedro II, entre outros, que têm o desejo de estudar em uma unidade militarizada.

Em justificativa no texto, o parlamentar alegou que a transformação da unidade deve-se, principalmente, pelos bons resultados que tem sido apresentados e pelo rigoroso padrão de qualidade.

“Os CEPMG’s são exemplos de ensino público com qualidade, calcados na ética, disciplina, cidadania, civismo, respeito e no resgate dos verdadeiros valores familiares, oferecendo as condições ideais para os integrantes do corpo docente, servidores da Secretaria Estadual de Educação, a quem cabe a parte pedagógica, que atuam com o apoio de policiais e bombeiros militares, que são convocados da reserva remunerada e atuam nas escolas devidamente fardados e equipados”, escreveu.

CEJLA

Conhecido apenas por “Estadual”, o CEJLA funciona em Anápolis há 71 anos e é considerado uma das unidades públicas mais tradicionais da cidade. No passado, o ingresso no colégio era tão concorrido que houve a necessidade da criação de uma espécie de vestibular para distribuição de vagas no então primeiro e segundo grau.

Há aproximadamente seis anos, inclusive, a unidade chegou a ser citada para receber a militarização. A iniciativa, no entanto, foi negada fortemente pela comunidade escolar e a transformação acabou ocorrendo no antigo Colégio Estadual Polivalente Gabriel Issa.

Atualmente, o CEJLA oferece a educação básica, no nível Fundamental (6º ao 9º ano); o Projeto Crescer, de correção de fluxo das séries finais; ensino médio (1º ao 3º ano); e o Mediotec, que oportuniza o acesso ao ensino técnico aos alunos do ensino médio.

Em tempo

Há mais de um ano os moradores da região Leste de Anápolis também aguardam por um novo colégio militar. É que a militarização do Colégio Estadual Senador Onofre Quinan foi aprovada em votação na Alego em maio de 2018, mas um obstáculo impediu a continuidade do projeto: a falta de efetivo na Polícia Militar.

Sub-comandante de ensino dos Colégios Estaduais da Polícia Militar de Goiás (CEPMG), a tenente-coronel Núria Guedes da Paixão Castilho contou ao Portal 6 que, por enquanto, não há como resolver essa questão, pois a finalidade da Polícia Militar é cuidar da segurança pública.

“Nós não temos efetivo para assumir novos colégios e nem condições materiais. A unidade de Anápolis é um exemplo disso. [Para militarizar outra unidade] teríamos que deslocar efetivo de um lugar para outro. Nossa administração já é enxuta, então teria que tirar da rua e fica difícil”, explicou.

De acordo com a sub-comandante, para que cada unidade escolar militarizada funcione dentro da ordem e disciplina esperada, é necessária a presença diária de 14 a 20 policiais, dependendo do número de alunos.

https://portal6.com.br/2019/05/29/por-que-o-quarto-colegio-militar-de-anapolis-ainda-nao-saiu-do-papel/

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