“A bruxa precisa pagar por seu crime”, pede ministra sobre racismo com criança em Anápolis

Damares quer ajuda da população local para identificar a suposta mulher. Parque Ipiranga tem câmeras de monitoramento, que já foram usadas para flagrar crimes bem menores

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
“A bruxa precisa pagar por seu crime”, pede ministra sobre racismo com criança em Anápolis

Por meio do Twitter, a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, comentou o episódio de racismo que a estudante Ana Luísa Cardoso Silva, de nove anos, alega ter sofrido no último dia 1º enquanto brincava no Parque Ipiranga, um dos principais cartões postais de Anápolis.

No primeiro post, a ministra afirmou que a criança é uma “princesa” e cobrou punição para a suposta mulher, que, conforme a cartinha escrita pela menor, teria dito que ‘não existe princesa preta’.

Damares também demonstrou a intenção de vir a Anápolis para visitar Ana Luísa e pediu, nos twites seguintes, ajuda para identificar a suposta autora.

Em outra manifestação posterior, a ministra informou que a Secretaria Nacional da Igualdade Racial, que é vinculada a pasta que ela chefia, está “querendo ir atrás da bruxa feia para que ela seja punida. E esta gente ainda quer fazer uma linda festa de princesa para você lá no parque, para lhe deixar muito feliz”, disse.

O último tweet de Damares sobre o assunto foi pedindo ajuda da população local para identificar a suposta mulher.

Câmeras de monitoramento

Inaugurado em 2010, o Parque Ipiranga possui diversas câmeras de monitoramento que já foram usadas para identificar crimes bem menores, como furto de peixes. São clássicas as imagens que flagraram um casal nessa atividade.

O vídeo, que viralizou na época, termina com o casal indo embora sem a proteína após a intervenção da Polícia Militar. Relembre:

A Prefeitura de Anápolis foi procurada pela reportagem do Portal 6 e questionada se a administração teria condições de descobrir quem seria a mulher que pode ter dito a frase narrada pela criança.

Em nota, a municipalidade informou que “as imagens não foram analisadas para saber se existe a possibilidade de identificar ou não a mulher, já que a Prefeitura não foi procurada pela Polícia Civil” e que “se o órgão de investigação competente precisar, as imagens serão disponibilizadas”.

Sem pedido

Titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis, a delegada Kenia Segantini disse ao Portal 6 que a especializada ainda não recebeu nenhum pedido de abertura de inquérito sobre o caso.

Previsto no artigo 140 do Código Penal Brasileiro, o crime de racismo é considerado hediondo, inafiançável e imprescritível pela Constituição Federal.

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