Quarentena em Anápolis: pré-candidatos à Prefeitura opinam sobre o novo decreto municipal

Postulantes dos três maiores partidos do país foram os procurados pela reportagem do Portal 6

Caio Henrique Caio Henrique -
Quarentena em Anápolis: pré-candidatos à Prefeitura opinam sobre o novo decreto municipal

Em coletiva de imprensa na última segunda-feira (27), o prefeito Roberto Naves (PP) apresentou um decreto definitivo com medidas para combater a pandemia do novo coronavírus em Anápolis.

O documento estabelece que o número de casos e a quantidade de leitos disponíveis serão analisados semanalmente para determinar o grau da quarentena (leve, moderada e grave) na cidade.

Para saber como tais medidas foram vistas pela oposição, o Portal 6 procurou os pré-candidatos a prefeito dos três maiores partidos do país: PT, MDB e PSL.

A reportagem apresentou a pergunta a seguir para Antônio Gomide, Márcio Corrêa e Valeriano Abreu:

  • O que achou do novo decreto e da estratégia da Prefeitura em adotar a matriz de risco do Ministério da Saúde para aumentar ou diminuir a quarentena por semana?

O ex-chefe do Procon Municipal nas gestões petista e Roberto Naves (PP) foi o único político que recusou a se pronunciar em nota, alegando que as opiniões dele são dadas diariamente pelas redes sociais.

Antônio Gomide

Todos os analistas de saúde (OMS, OPAS, FIO CRUZ) pedem o isolamento social. Os fatos na Espanha, Itália e Estados Unidos mostram que a pandemia é muito grave se não conseguirmos fazer o diagnóstico, que é o teste. Todas as autoridades sanitárias afirmam que as semanas do mês de maio serão as piores no Brasil, com o aumento na curva de mortes pelo coronavírus. Qualquer atitude contrária ao isolamento agora será um risco muito grande à população.

Márcio Corrêa

Como profissional da saúde, tenho absoluta convicção de que a vida é o nosso maior bem e devemos tê-la como nossa prioridade. E também compreendo, na condição de empreendedor, a importância de mantermos, dentro do possível, as atividades das empresas para garantir os empregos e a renda da nossa população.

Mas não são somente as restrições de circulação das pessoas e fechamento do comércio que vão definir o sucesso do combate à Covid-19, mas principalmente a qualidade do nosso atendimento de saúde. Precisamos de uma rede eficiente e bem estruturada, o que, infelizmente, não é hoje nossa realidade.

O número de leitos hospitalares em Anápolis havia caído de 1.070 em 2012 para 559 em 2019, segundo relatório do Ministério da Saúde. De lá pra cá tivemos algum acréscimo e agora medidas emergenciais com a chegada do novo coronavírus, mas nada que supere esse cenário que nos deixa alarmados. Soma-se a isto as inúmeras reclamações de falhas no atendimento, que não preciso de repetir aqui pois estão expostas quase diariamente na mídia local e estadual.

Precisamos também já planejar a retomada econômica pós-pandemia, criando condições para atrair investimentos para nossa cidade usando como atrativo nossos diferenciais competitivos, como a infraestrutura logística. E isto não é algo para ser pensado após a pandemia, é para agora. Senão outras cidades sairão na nossa frente.

São questões que nos preocupam e que têm de ser colocadas quando tratamos deste tema, mas quero destacar que o momento é muito mais de união de todos e de solidariedade para com aqueles que mais precisam. Nossa realidade requer que busquemos, cada um de nós anapolinos, dentro das nossas possibilidades, contribuir para atravessar essa pandemia e a consequente crise econômica da melhor forma possível. O adversário é o novo coronavírus e nosso foco tem que estar na prevenção e atendimento aos doentes, sem deixar de amparar as famílias mais necessitadas e manter a economia girando.

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