Casal é obrigado a devolver bebê após erro de juiz
Gabriela e Thallys aguardavam conseguir a adoção há alguns anos e agora vivem pesadelo
Gabriela Fernandes Moreira e o esposo Thallys Lima estão vivendo uma verdadeira ‘guerra’ com a Justiça do Ceará após a família ser vítima de um equívoco de um juiz da Vara da Infância e Juventude local.
Desde 2018, o casal aguardava na fila de espera para adotar uma criança e, para isso, realizaram todos os cursos necessários no fórum, mas ao final do processo eles não receberam o certificado de conclusão.
Em uma publicação nas redes sociais, em que narra o caso, Gabriela afirma que isso a deixou preocupada, pois sabia que sem o documento seria impossível concluir a adoção.
“Não foi por culpa minha. Muitas vezes eu fui lá ao fórum procurar esse certificado”, pondera.
No entanto, em setembro deste ano, tudo mudou quando o juiz informou ao casal que poderiam adotar um menino.
“Eu recebi uma ligação da coordenadora do abrigo e fui até lá. Quando cheguei lá, tinha um bebê de um mês, aí eu disse pra ela: ‘Como chegou a minha vez se faltava o certificado do curso? ‘”, contou em publicações e ainda acrescentou que a profissional garantiu a liberação, já que havia o consentimento do magistrado.
Mesmo com dúvidas, a família começou a conhecer o garotinho. Passaram alguns finais de semanas com o bebê, inclusive a semana das crianças. Também decoraram um quarto da residência para o futuro filho, como mostra no perfil. A alegria dos novos pais, no entanto, durou pouco mais de um mês.
Isso porque o juiz percebeu a ausência do documento somente depois da primeira audiência, que foi desmarcada. Ele mandou chamar o casal e pediu desculpas pelo engano.
“Ele disse que eu ia ter que devolver o meu filho, aí eu disse para ele que não aceitava e ele me pediu desculpa e disse que foi um erro dele, que ele não viu que estava faltando esse documento”, conta a jovem.
Com a notícia de que não poderiam mais ficar com a criança, o casal se desesperou, recorrendo ao Ministério Público. A resposta foi ainda pior.
‘Eu não posso fazer nada por você, o que eu posso fazer por você é sentar e chorar’, teria dito uma promotora para Gabriela.
Inconformada, ela anunciou que enfrentariam uma briga judicial e que não perderia a oportunidade de adotar aquela criança, pois já haviam preparado tudo e criado laços com o bebê.
Depois de toda a confusão, o documento que faltava chegou para o casal, mas já tardio para que conseguissem efetivar a adoção.
Para completar o desespero deles, como voltaram para o final da fila de espera, outros seis casais passaram à frente e um já afirmou que também tem interesse no menor.
Agora, por meio de vídeos nas redes sociais, Gabriela tem pedido ajuda para resolver o caso.
Outro lado
Procurado, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) emitiu nota dizendo que a situação do casal está sob análise da Corte.
O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará informa que o caso divulgado nas redes sociais, na madrugada desta quinta-feira (17/12), sobre processo de adoção em tramitação na comarca de Tianguá, na Serra da Ibiapaba, observará os trâmites previstos na legislação pátria, inclusive, com a possibilidade de análise de questões eventualmente submetidas à instância recursal.
O TJCE ressalta que ao longo dos últimos anos várias crianças e adolescentes tiveram o sonho da adoção concretizado com o auxílio do trabalho sério e diligente de magistrados e servidores do Poder Judiciário cearense.