Conheça os sintomas da variante Delta e entenda porque ela é tão perigosa
Aqueles que eram muito relatados na linhagem original do coronavírus são menos comuns nessa cepa, o que tem preocupado especialistas
Identificada pela primeira vez na Índia, a variante Delta do novo coronavírus já se espalhou para vários países e causa sintomas específicos, um pouco diferentes dos causados pela cepa original.
Febre, tosse contínua e perda de olfato e paladar eram os sinais mais comuns da Covid-19, porém a nova linhagem do vírus tem manifestado mais dores de cabeça, garganta, coriza e febre.
São, conforme especialistas, sintomas de um resfriado leve. E é isso que faz a variante Delta ser tão perigosa porque as pessoas, se infectadas, podem não dar a devida importância e continuar circulando normalmente.
Tim Spector, professor que dirige um projeto de vigilância do coronavírus para o aplicativo Zoe Covid Symptom, faz um alerta.
“As pessoas podem pensar que acabaram de pegar algum tipo de resfriado sazonal e ainda irem a festas. Elas podem espalhar o vírus para outras seis pessoas. Achamos que isso está alimentando grande parte do problema”.
Além de provocar sintomas um pouco diferentes, também há indícios de que a cepa seja muito mais transmissível do que qualquer linhagem do coronavírus.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, já foram identificados casos no Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Goiás.
Estudo da revista Nature mostrou que as células do sistema imunológico que tiveram maior eficácia contra a variante Delta são as das pessoas que tomaram duas doses das vacinas Pfizer e AstraZeneca.
A pesquisa, publicada na última quinta-feira (08), destacou que, quando completa a imunização, a neutralização da cepa esteve na taxa de 95%. A vacina da Janssen, de dose única, também mostrou eficácia contra a variante.
Com relação à Coronavac, as porcentagens ainda são incertas porque a Sinovac, empresa que criou o imunizante, não publicou o resultado dos estudos contra a variante Delta.
Em entrevista ao Jornal Opção, o médico infectologista Marcelo Daher, que atua em Anápolis, destacou que acredita na proteção do imunizante contra a cepa.
O profissional lembrou a vacina utiliza uma tecnologia tradicional e semelhante à da vacina indiana Covaxin que já teve estudos publicados mostrando a eficácia para a variante Delta.