Por que há profissionais com qualificação sem emprego e empresas que não conseguem preencher vagas

Especialista em RH explica melhor essa realidade e dá dicas de como trabalhadores e empregadores podem resolver esse problema

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Para evoluir e sair do “basicão”, é importante que o profissional construa uma carreira “se reciclando, desenvolvendo e continuar se especializando”, aponta consultora de RH. (Foto: Reprodução)

Parece até ironia. Enquanto o mercado de trabalho sofre com a falta de funcionários para preencher vagas, milhares de profissionais qualificados não conseguem se inserir nas empresas.

Assim, surge um ciclo vicioso, em que empreendimentos não conseguem ter a mão de obra qualificada para prestar serviços e as pessoas ideais para realizá-los se encontram em outras áreas de trabalho ou até mesmo desempregadas.

Portal 6 conversou com uma especialista em consultoria de Recursos Humanos (RH) para entender o que causa esse “desencontro” e como seria possível estreitar essas relações.

Aline da Mata, diretora da Associar Consultoria, explicou que esse choque ocorre por motivos variados.

“Muitas vezes, as empresas de médio e pequeno portes buscam pessoas que já são experientes, mas que tem uma mão de obra mais cara e que elas [empresas] não conseguem pagar. O que acaba ficando disponível é aquele perfil menos experiente, que precisa ser desenvolvido e gera esse dilema”, explicou.

A especialista apontou também que há uma rejeição de algumas empresas em investir na qualificação do próprio profissional.

“Isso poderia ser feito com consultorias de desenvolvimento, parcerias com escolas como Senai e Sebrae, institutos de pós-graduação.”, detalhou Aline da Mata.

Já ao analisar o candidato, Aline ponderou que, muitas vezes, a pessoa se acomoda com um curso básico e “acha que o jogo está ganho”.

Para evoluir e sair do “basicão”, é importante que o profissional construa uma carreira “se reciclando, desenvolvendo e continuar se especializando”.

Profissões do futuro

A reportagem pediu que Aline apontasse quais serão os perfis profissionais mais visados para os próximos anos.

Para ela, empregos que exigem relacionamento com pessoas, pensamento estratégico e analítico devem ser a tendência.

A especialista lembra ainda que áreas como o marketing, saúde, restaurantes e manutenção de veículos devem crescer nos próximos anos. Contudo, uma área parece continuar tendo demanda ininterrupta.

“O mercado tecnológico não possui a quantidade de profissionais necessários para o mercado. O Brasil contrata até gente de outros países para as funções, assim como também exporta mão-de-obra para fora, por falta de material humano”, destacou.

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