Luan Santana cria sua própria cidade para gravação de novo DVD

Espaço, que hoje funciona como centro cultural, abriga as ruínas de uma vila com palacete e mais de 30 casas, que viraram cortiço nos anos 1940

Folhapress Folhapress -
Luan Santana cria sua própria cidade para gravação de novo DVD
(Foto: Reprodução)

Vitor Moreno, de SP – Luan Santana, 30, já lotou estádios e algumas das casas de espetáculo com maior capacidade do Brasil. Para o novo DVD, o cantor e compositor decidiu ir além e emulou a própria cidade, “Luan City”.

Trata-se, na verdade, do nome do próximo trabalho do cantor, que deverá ser lançado em 2022. A gravação ocorreu na segunda-feira (20) na Vila Itororó, em São Paulo. O espaço, que hoje funciona como centro cultural, abriga as ruínas de uma vila com palacete e mais de 30 casas, que viraram cortiço nos anos 1940.

“‘Luan City’ traz todo esse sentimento que a gente está de volta, de reencontrar os fãs, de sentir essa energia de novo de estar no palco”, afirmou o cantor logo após a gravação. “Para isso, eu quis construir uma cidade com muitas coisas acontecendo a todo momento, um cenário que engloba todo mundo -as pessoas são parte do cenário. Queria algo bem interativo em que eu tivesse contato o tempo todo com os fãs e ficou do jeito que eu queria.”

Boa parte da estrutura, de fato, foi utilizada. Porém, o que se verá nas imagens é bem diferente da Vila Itororó original. Estruturas de metal e luzes de LED foram espalhadas para dar um ar retrofuturista ao ambiente, que foi aparelhado também com uma passarela sobre a qual o cantor se locomovia por diversos espaços.

Luan diz ter sido apresentado ao local por um funcionário de seu escritório e ter se encantado de cara. “Achei incrível a história, tem magia nessas paredes”, disse. “A gente precisa montar um cenário todo tecnológico, cyberpunk, high tech na frente dessas coisas antigas que acho que vai dar um contraste bacana.”

“E vamos fazer uma cidade, já que é uma vila”, lembrou. “Vamos fazer a nossa própria cidade, nossa própria vila, juntar a nossa população e fazer realmente uma cidade viva, que tem coisas acontecendo, está tudo funcionando. E vamos levar para o mundo afora.”

O show, que teve direção de Zé Carratu e Gui Dalzotto e produção musical de Lucas Santos, deve viajar inclusive para outros países, como Portugal e Estados Unidos. Ao todo, a apresentação contou com 19 músicas, sendo 16 inéditas. Houve participação de Chitãozinho e Xororó (na canção “Hábito”), de Henrique e Juliano (em “Erro Planejado”) e de Luísa Sonza (em “Coração Cigano”).

“Foi muito corrido”, revelou o cantor. “Desde o momento em que a gente decidiu que ia gravar o DVD deu uns quatro meses de preparação. Eu vi a energia que as pessoas chegaram aqui, com toda essa intenção de aproveitar cada segundo. Fiquei muito feliz.”

Luan também comemorou o fato de todas as músicas novas terem sido bem aceitas pelos fãs. “[Estava] todo mundo cantando tudo”, observou. “A gente soltou as músicas antes em um grupo fechado para quem ia estar aqui, para que as músicas não vazassem. E todo mundo aprendeu tudo, os refrões são muito fáceis e as músicas são muito comerciais.”

Contudo, isso criou um problema para ele, que tinha um plano para decidir qual seria a primeira música de trabalho do projeto. “Eu vou ver qual que o povo vai cantar mais, mas o povo cantou todas. E agora? Ferrou [risos].”

Ele disse que acredita que, assim como os fãs presentes na gravação, o público em geral vai receber bem as novas canções. “Está todo o mundo louco para festar neste ano”, avaliou. “Esse repertório tem muita energia. A maioria das músicas são dançantes, têm a pulsação. Falam de amor, mas são para a frente.”

Aliás, o amor continua sendo o fio condutor do repertório dele no novo trabalho, mas de um modo um pouco diferente. “Eu quis falar do amor um pouco mais maduro”, comentou. “E não quis que as músicas tivessem histórias parecidas umas com as outras. Queria falar de diferentes visões do amor. Cada música trouxe uma cor diferente para o amor, uma cor diferente no arranjo.”

O cantor, aliás, está apaixonado novamente. Em 2020, ele havia terminado o noivado com Jade Magalhães, com quem ficou por 12 anos. Em novembro, ele assumiu o namoro com a estudante de moda Izabela Cunha, 25.

Perguntado, ele disse que “Minha Moleca”, uma das músicas que gravou no DVD, eram dedicadas ao novo amor. “Eu fiz [a música] faz bastante tempo, mas eu acho que combina tanto com a nossa história esse lance de a gente realmente aproveitar e fazer a nossa própria festa juntos, em casa”, avaliou. “A gente é muito caseiro, gosta muito de ficar juntos, só nós dois. Acho que essa música é a nossa cara.”

SHOW

O show realizado na Vila Itororó começou por volta de 20h, após algum atraso. Os organizadores tiveram alguma dificuldade em fazer com que os fãs se distribuíssem no espaço, já que todos queriam ficar perto da passarela por onde Luan Santana passaria.

“É um pedido do Luan”, implorava alguém da equipe de produção antes do começo. “Vou liberar mais cinco entradas no camarim, hein, [mas] só para quem for para lá.”

Diversos vizinhos aproveitaram para assistir das janelas, de onde tinham uma visão lateral do palco, formando quase um camarote. Entre as celebridades que de fato estavam na área VIP (embora algumas tenham arriscado se aproximar mais do palco), estavam Dani Calabresa, Maisa Silva, Arthur Aguiar e o casal Thierry e Gabi Martins.

Porém, quem fazia sucesso sempre que se aventurava fora do cercadinho era Amarildo Aparecido de Santana, pai de Luan. Ele tirou fotos com diversos fãs do filho, que o reconheciam.

O começo da apresentação foi com o hit “Morena”, que o cantor começou a entoar ainda na escadaria da Vila Itororó e só terminou no palco principal, ao final da passarela. O percurso foi feito diversas vezes por ele. “É pra lá e pra cá o tempo todo, é uma maratona”, brincou.

Luan começou a apresentação com um conjunto de cor bordô, mas não demorou muito para que ele precisasse mexer no figurino, mesmo sendo uma noite de temperatura amena em São Paulo. “Vou arrancar esse blazer, o suor está caindo igual melaço”, disse, arrancando gritos da plateia.

Na metade da apresentação, ele trocou a roupa por um conjunto de calça e camisa pretos. Mesmo assim, ele continuou sofrendo com o calor. “Estou suando mais do que tampa de marmita”, reclamou.

Quase todas as músicas foram gravadas de primeira, exceto as que contavam com convidados, que foram repetidas por garantia. “Já está na boca do povo, [não] precisa nem ensaiar nada”, comemorava Luan.

Aos convidados, o cantor foi só elogios. Chitãozinho e Xororó foram chamados de “majestades do sertanejo”. Para Henrique e Juliano, ele disse que eles eram muito semelhantes. “[A gente] é muito parecido nas coisas que a gente pensa e valoriza.”

Luísa Sonza ouviu do cantor que ela era uma inspiração para as mulheres “donas de si” e que ela havia crescido como artista e como mulher. “Tenho muito orgulho da mulher que você está se tornando”, elogiou.

Luan também agradeceu aos fãs que habitaram sua “cidade” por uma noite, mas que ficarão eternizados na gravação. “Posso viver mil anos que não vou conseguir retribuir tudo isso que vocês me dão”, afirmou.

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