Após atitude machista de presidente da Câmara de Aparecida, vereadora registra caso na Polícia Civil

Parlamentar também criticou colega da Casa e afirmou "espero que não aconteça mais"

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Vereadora Camila Rosa (PSD). (Foto: Marcelo Rosa/ Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia).

Após ter o microfone cortado na reunião da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia desta quarta-feira (02), a vereadora Camila Rosa (PSD) retornou nessa quinta-feira (03) à 1ª Delegacia da Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência contra o presidente da Casa, André Fortaleza (MDB).

Em entrevista ao Portal 6, a parlamentar confirmou que foi orientada a voltar ao distrito policial, acompanhada por uma advogada, para depor sobre o caso com mais tempo e tranquilidade.

“Todos os dias eu incentivo as minorias a não se omitirem a esse tipo de agressão. Seja assédio moral, sexual, importunação, procure seus direitos e não se cale”, declarou.

Ela também afirmou que a decisão atinge não só a si mesma, mas também ao funcionamento da Câmara e aos interesses do município.

“O parlamento não pode ser prejudicado por situações assim. O que a população ganha com isso? Nada. Foi algo que não precisava ter acontecido, no lugar onde aconteceu, da forma que aconteceu. Espero que não ocorra mais”.

Camila Rosa (PSD) disse que ainda está abalada pelo ocorrido e não foi à sessão desta quinta-feira (03), após pedidos familiares. “Eles também ficaram extremamente abalados e pediram para esperar ‘baixar a poeira'”.

Ela ainda afirmou que irá resolver nos próximos dias os compromissos que acabaram sendo desmarcados após o ocorrido. “A gente não pode parar por causa disso. Agora é bola para frente”.

Relembre o caso

Durante a sessão desta quarta-feira (02) da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, Camila Rosa discutia com André Fortaleza, presidente da Casa, sobre as cotas de gênero.

O político defendia o ponto de vista dele a respeito do tema, afirmando: “Não sou contra a classe feminina, sou contra cota, contra oportunismo, contra ilusionismo. Os direitos têm que ser iguais e os deveres também”.

Durante a argumentação, Fortaleza mencionou postagens nas redes sociais que afirmavam haver “um bando de machistas” na Câmara e que as falas dele foram distorcidas.

Após receber do presidente o direito à fala, Camila rebateu: “Eu não disse que o senhor era contra cota. Se o senhor entendeu, a carapuça pode ter servido. O senhor sempre fala de caráter, de transparência. Parece que o senhor tem algum problema com isso”.

Uma discussão entre os dois se iniciou a partir daí, e a vereadora começou a pedir que André Fortaleza a respeitasse.

Em resposta, ele disse “Quem vai me respeitar é a senhora, eu sou presidente, Corta o telefone [microfone] dessa vereadora para mim. Agora. Quer fazer circo, aqui você não vai fazer não”.

Quando a vereadora retomou a fala, ela se demonstrou indignada e visivelmente emocionada, chegando até a chorar. “É isso que fazem com as mulheres na política”.

Após o discurso, Camila chegou a ir à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) para o registro do ocorrido, mas lá foi orientada a procurar o 1º DP.

Veja a seguir:

 

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