Os desafios do novo ensino médio
A tão esperada reforma do ensino médio no Brasil trouxe um cenário de novidades e incertezas para adolescentes, professores e comunidade escolar. A mudança na matriz curricular, a chegada dos itinerários formativos e a necessidade de infraestrutura nas escolas públicas são alguns dos pontos em destaque.
O nova proposta aponta para a possibilidade de formação técnica concomitante, ou seja, cursada junto ao ensino médio convencional, o que já acontece no Institutos Federais. Porém essa oferta depende de fatores pedagógicos e prediais como laboratórios, professores com formação técnica e expertise no mundo do trabalho.
É consenso que o ensino médio precisava ser repensado, ampliando o diálogo com a realidade do aluno, as questões regionais e de empregabilidade e o despertar para o interesse nas aulas. Essa etapa da educação básica é nosso maior ponto de abandono escolar.
Essa evasão tem entre suas causas as necessidades sociais e financeiras dos alunos, que ingressam muito cedo em empregos informais para complementar o orçamento doméstico, além de desestruturação familiar, gravidez na adolescência e questões de inclusão e saúde mental.
Só conseguiremos ofertar um “novo” ensino médio de formos capazes enquanto sistemas de ensino de superar os dilemas da inclusão educacional e social, ampliando o diálogo com a realidade da comunidade escolar e investindo de maneira potente em valorização docente, qualificação profissional e garantindo condições e infraestrutura para o trabalho.
Marcos Carvalho é professor, psicólogo e servidor público federal. Atualmente vereador em Anápolis pelo Partido dos Trabalhadores. Escreve todas às terças-feiras. Siga-o no Instagram.
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