Tudo tem limites! Até a felicidade!

José Fernandes José Fernandes -
Tudo tem limites! Até a felicidade!
(Imagem: Arquivo Pessoal)

Ontem estava consultando uma senhora e, no final, após entregar o relatório sobre suas doenças que lhe conferem isenção em alguns tributos, ela virou pra mim e disse com a voz emocionada: “obrigada doutor! Com esse documento, vai dar para eu comprar o primeiro carro da minha vida aos 76 anos de idade.”

Ela foi embora e eu fiquei pensativo sobre aquela cena. Confesso que me fez sentir feliz por deixar uma pessoa alegre, com um gesto que é tão corriqueiro em nosso dia-a-dia.

Após exatamente 30 minutos desse episódio, recebi a comunicação de que estávamos sendo convocado para uma sessão extraordinária na Câmara de Vereadores. Em pauta, um projeto de Lei do digníssimo senhor prefeito em regime de urgência.

URGÊNCIA?

Minha primeira reação foi perguntar: “Que bomba vem dessa vez? “. Fui logo para as últimas páginas do projeto, para saber do que se tratava.

De fato, nada bom. Na véspera das eleições, o digníssimo senhor prefeito de Anápolis quer aumentar a folha de pagamento em mais de R$ 160 mil com servidores comissionados. Há cinco meses, ele criou quase 500 cargos comissionados, e agora vem com mais essa.

Pasmem vocês que estão lendo esse artigo: Anápolis terá 1.500 cargos comissionados. É mais do que a capital Goiânia, que tem 1.300!

A felicidade que senti na presença daquela idosa paciente, se transformou na preocupação de ver a irresponsabilidade de aumentar a despesa com comissionados. Ou seria cabos eleitorais?

Ainda tenho convicção de que a política é uma ferramenta para transformarmos, para melhor, nossa cidade e a nossa sociedade. Apesar da ganância de políticos, em usurpar o poder pelo poder às custas do cidadão.

É isso.

José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo PSB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as visões do Portal 6.

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