Vizinhos fazem vaquinha e compram casa de mulher que seria despejada nos EUA

"Eu sabia que meus vizinhos me amavam, mas não sabia o quanto. Quando isso aconteceu, minha fé ficou maior que uma montanha", afirmou ela

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Vizinhos fazem vaquinha e compram casa de mulher que seria despejada nos EUA (Foto: Facebook)Vizinhos fazem vaquinha e compram casa de mulher que seria despejada nos EUA
Vizinhos fazem vaquinha e compram casa de mulher que seria despejada nos EUA (Foto: Facebook)

Quando Linda Taylor, 70, recebeu um ultimato do proprietário da casa onde morava, imaginou que as quase duas décadas em que viveu no mesmo lar em Minneapolis, nos Estados Unidos, estavam prestes a chegar ao fim.

Ela tinha dois meses para comprar o imóvel que um dia tinha sido seu ou teria que deixar o local. “Foi como se o mundo tivesse sido puxado sob meus pés”, contou a mulher ao jornal The Washington Post. “Eu não conseguia dormir, não conseguia comer. Eu me senti realmente derrotada.”

Desempregada depois de ser demitida durante a fase mais aguda da pandemia de coronavírus, Taylor havia juntado todas as suas economias, além do pouco dinheiro que recebeu da família e de programas de subsídios do governo de Minnesota, para continuar pagando o aluguel –cerca de US$ 1.400 (quase R$ 7.200) por mês.

Taylor diz que comprou a casa em 2004. À época, porém, não conseguiu manter os pagamentos em dia e, em uma negociação em que alega ter sido enganada, perdeu o imóvel para um investidor, que permitiu que ela continuasse vivendo na casa como inquilina.

O novo dono acabou sendo pego em um esquema de fraude hipotecária, e a casa passou passou para outras mãos. Embora seguisse pagando o aluguel, reajustado duas vezes durante a pandemia, Taylor se viu obrigada a pensar rapidamente em uma alternativa quando recebeu o ultimato do novo proprietário.

A primeira medida foi desabafar com Andrew Fahlstrom. Além de vizinho de Taylor, ele é ativista por direitos de moradia e rapidamente organizou a comunidade local para enviar uma carta ao proprietário do imóvel.

Com mais de 400 assinaturas, o documento convenceu o dono da casa a aumentar o prazo dado a Taylor e a diminuir o preço do imóvel. Ainda assim, ela não tinha os US$ 250 mil (quase R$ 1,3 milhão) necessários para finalmente ter seu próprio lar.

Começou então um movimento de arrecadação de fundos para ajudar Taylor. Conhecida pelo trabalho voluntário que faz na comunidade e pela pequena biblioteca gratuita que monta regularmente no gramado de sua casa, ela diz que ficou surpresa com a mobilização dos vizinhos.

Os organizadores criaram uma página em um site de financiamento coletivo com o objetivo de levantar a quantia em cerca de quatro meses. A doação generosa de US$ 200 mil de uma igreja local deu gás à campanha que, um mês antes do prazo final, arrecadou US$ 275 mil (R$ 1,4 milhão) –o suficiente para comprar a casa e cobrir pequenos reparos.

“Eu sabia que meus vizinhos me amavam, mas não sabia o quanto. Quando isso aconteceu, minha fé ficou maior que uma montanha”, contou Taylor.

Agora os vizinhos já planejam a próxima reunião, dessa vez com um motivo diferente. No próximo dia 25, uma semana antes do prazo em que Taylor poderia ser despejada de sua casa, o planos dos moradores de Powderhorn Park é comemorar o resultado da mobilização com uma festa no quarteirão.

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