Lula reduz vantagem de Bolsonaro entre evangélicos, segundo Datafolha
Lula e Bolsonaro têm, na média do eleitorado, uma diferença de 12 pontos no índice de intenção de voto, mas registram intervalos bem distintos em vertentes específicas da população
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está atrás de Jair Bolsonaro (PL) entre eleitores evangélicos, mas reduziu a vantagem do presidente dentro desse grupo entre a pesquisa Datafolha da semana passada e a divulgada nesta quinta-feira (15).
A diferença, que era de 23 pontos, foi para 17. Lula marca 32% de intenções de voto dentro desse segmento (que compõe 27% da amostra), ante 49% do rival. Na rodada anterior, os índices eram de, respectivamente, 28% e 51%. A margem de erro nesse segmento é de 4 pontos para mais ou para menos.
Lula e Bolsonaro têm na média do eleitorado uma diferença de 12 pontos no índice de intenção de voto, mas registram intervalos bem distintos em vertentes específicas da população, como é o caso dos fiéis evangélicos, da camada mais pobre e das mulheres.
O petista, que marca 45% no primeiro turno e lidera a corrida ao Planalto, vê sua vantagem sobre o rival se ampliar ou diminuir dentro de grupos específicos. Em outros casos, o atual presidente, que pontua 33%, abre dianteira sobre o ex-mandatário e chega a encabeçar as preferências em alguns estratos.
Feito de terça (13) a quinta-feira (15), o levantamento tem margem de erro geral de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um índice de confiança de 95%. O instituto ouviu 5.926 eleitores em 300 municípios. A pesquisa, contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-04099/2022.
O eleitorado evangélico é um dos mais disputados nesta eleição, e até aqui tem caminhado com maior obstinação rumo à candidatura de Bolsonaro, que explora sua ligação com líderes do setor e o fato de a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ser evangélica. Ela participa ativamente da campanha.
Lula mantém ampla vantagem dentro do grupo de eleitores com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, que corresponde a 49% da amostra da pesquisa. O petista, no entanto, viu sua diferença para Bolsonaro dentro dessa faixa recuar entre o levantamento da semana passada e o atual.
Entre os eleitores mais pobres, Lula alcança 52% (eram 54% na pesquisa anterior). Bolsonaro registra 27% (eram 26%). Nesse recorte por renda, a margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
O candidato do PT e o do PL preservaram estabilidade nos índices entre a população feminina, outro ponto de atenção das campanhas, já que as mulheres são maioria no eleitorado (elas representam 52% da amostra coletada na pesquisa).
Os índices de ambos são os mesmos da semana anterior. Lula possui 46% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem 29%. O presidente, que se esforça para conquistar votos de mulheres, sofreu um revés no início da semana com a agressão verbal cometida por um apoiador contra uma jornalista.
O deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) hostilizou na noite de terça-feira (13) a jornalista Vera Magalhães, no fim do debate entre candidatos ao Governo de São Paulo organizado pela Folha de S.Paulo, UOL e TV Cultura. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, condenou as agressões.