Cientista político avalia se Bolsonaro deve aumentar vantagem sobre Lula no segundo turno em Goiás

Campanha do presidente passou a contar com apoio do governador Ronaldo Caiado, que não se manifestou no primeiro turno

Emilly Viana Emilly Viana -
Cientista político avalia se Bolsonaro deve aumentar vantagem sobre Lula no segundo turno em Goiás
Imagem mostra Lula à esquerda e Jair Bolsonaro à direita. (Fotos: Ricardo Stuckert e Agência Brasil – Montagem: Portal 6)

A disputa presidencial chega aos últimos dias com um cenário mais favorável para o presidente Jair Bolsonaro (PL) em Goiás do que para Luís Inácio Lula da Silva (PT). A análise é do cientista político Luiz Carlos do Carmo Fernandes, que destaca a diferença entre o contexto local e nacional – no qual Lula tem estabelecido favoritismo.

No primeiro turno, o petista recebeu 1.454.723 votos (39,51%) do eleitorado goiano contra 1.920.203 (52,16%) de Bolsonaro. Agora, segundo o especialista, a tendência é quem votou em Lula quanto no presidente mantenham as escolhas. “Além do comportamento do eleitor, que não costuma mudar de candidato se o dele foi para o segundo turno, temos a polarização que torna inviável a transferência de votos”, observa.

Por outro lado, a presença do governador Ronaldo Caiado (UB) na campanha de Bolsonaro em Goiás pode trazer ligeiras mudanças nas urnas. “Caiado só se manifestou depois de vencer e, por isso mesmo, veio com tudo neste segundo turno. Essa mobilização, inclusive com os prefeitos, pode surtir efeito e trazer mais votos para o candidato à reeleição”, avalia.

O número de votos recebidos pelos postulantes bolsonaristas também favorecem o presidente. “Em Goiás, o major Vitor Hugo, candidato do partido dele, teve quase 15% e superou as expectativas mesmo contra um governador com boa avaliação e o prefeito da segunda maior cidade do estado. Demonstra que o bolsonarismo ainda tem muita força”, afirma.

Todavia, na visão do analista, o crescimento não deve ser expressivo. “Há votos da Simone Tebet, Soraya Thronicke e Ciro Gomes que têm mais chances de migrar para Bolsonaro que Lula. Porém, geralmente a abstenção é maior no segundo turno e isso deve frear um eventual aumento do candidato à reeleição”, pondera.

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