Remédio do chamado ‘kit Covid’ dispara outra vez
Nova onda de procura reacende um assunto amargo no setor, a falta de fiscalização na venda sem prescrição médica

Julio Wiziack, de SP – A alta recente nos casos de Covid voltou a beneficiar as vendas de ivermectina e hidroxicloroquina, remédios do chamado kit Covid, que não têm eficácia contra a doença, mas foram recomendados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na pandemia.
O maior salto foi o da ivermectina, vermífugo para sarna e piolho, que disparou de um patamar de 795 mil unidades em outubro para quase 1,8 milhão em novembro, segundo dados da consultoria Iqvia, que monitora o varejo farmacêutico.
Desde o início da pandemia, a corrida pelo produto nas farmácias sempre registrou aceleração nos momentos de novas ondas da Covid. Bateu em 5,5 milhões de unidades vendidas em janeiro, na ocasião da chegada da ômicron.
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Em trajetória semelhante, as vendas da hidroxicloroquina, indicada para o tratamento de malária, subiram de 89,6 mil unidades em outubro para quase 97,5 mil em novembro. Os números vinham em queda desde o último pico, em junho.
A nova onda de procura pelos remédios do kit Covid reacende um assunto amargo no setor, a falta de fiscalização na venda de medicamentos tarja vermelha sem prescrição médica, que pode ter facilitado o consumo de produtos como cloroquina e ivermectina, turbinando o faturamento de fabricantes de produtos sem eficácia para o objetivo do consumidor.