De trabalho em mercado a reality: Conheça a Elay, que pode ser campeã da Corrida das Blogueiras

Final nesta terça-feira (10) é ponto alto da carreira da influenciadora, que deixou emprego estressante para viver da internet

Aglys Nadielle Aglys Nadielle -
Elay Oliv, de 22 anos. (Foto: Raffael Rodrigues).

Nascida e criada em Anápolis, a drag queen Elay Oliv, de 22 anos, pode ser a campeã do reality Corrida das Blogueiras. A final acontece nesta terça-feira (10) e será transmitida pelo canal Diva Depressão, no YouTube.

Até chegar em um dos programas mais famosos da internet, Elay já trabalhou em supermercados e lojas de da cidade, mas decidiu largar tudo para viver das redes sociais.

“Em 2014 eu criei um canal no YouTube que não deu em nada e eu fui postando vídeo, postando vídeo até agora, mas nunca tinha dado dinheiro nem visibilidade, era só hobby mesmo que doze amigos assistiam”, disse.

A virada de chave para ela foi durante a pandemia, quando a drag começou a crescer no TikTok. Foi a partir disso que o público foi migrando para os outros perfis no Instagram e no Youtube.

“Eu comecei a postar TikTok e as pessoas foram gostando do meu humor e aí os meus números foram crescendo”, explicou.

A influenciadora trabalhava em um mercado ocupando uma função que exigia esforço físico e mental, quando viu o número de seguidores crescer e surgir uma chance de deixar o emprego difícil para trás.

“Eu não gostava muito porque o trabalho é muito sofrido, muito pesado, a carga horária é muito grande e as pessoas que geralmente vai em mercado é pessoa com pressa, pessoa sem educação e não é um clima muito bom. É um dos trabalhos mais estressantes que tem”, disse.

O estresse do emprego começou a gerar tristeza e desanimo e isso foi o que deu forças para Elay Oliv largar tudo e seguir o sonho de viver da internet.

“Em 2021 eu decidi sair do meu trabalho assim nas cegas mesmo e investir só no YouTube. E aí eu pensei, vou pegar meu acerto, vou ficar um mês confiando no Youtube e lutando para crescer só nele, investindo mesmo, arrisquei tudo para isso”, relatou.

Corrida Das Blogueiras

Segundo Elay, ela já havia inscrito outra vez para participar do reality, mas foi escolhida na segunda tentativa. Ao Portal 6, ela detalhou ainda como é o processo de candidatura.

“A inscrição consiste em fazer um vídeo falando sobre você de forma criativa e de uma forma que mostre que você da conta de maquiar, da conta de falar com o público, da conta de fazer uma publicidade”, disse.

O processo é dividido em mais de uma fase. Após o envio do vídeo, o inscrito recebe o e-mail de confirmação convidando para um reunião online.

A última etapa é uma conversa com os idealizadores do projeto e donos do canal Diva Depressão. “Da um nervosismo, porque nunca é uma certeza se você vai entrar ou não porque são pessoas que a gente admira…Então dá um nervosismo muito grande”, contou.

Embora pareça ser apenas “glamour”, segundo Elay, a participação em um reality não é nada fácil. Durante o processo os participantes precisam aceitar críticas, lidar com o ódio gratuito da internet e muitas outras adversidades.

O ganhador do prêmio, que soma cerca de R$ 100 mil entre contratos com grandes marcas e valor financeiro, é escolhido pelo público em uma votação realizada no site do programa Corrida das Blogueiras.

Carreira

De olho no futuro, Elay agora pensa em se mudar de Anápolis para abraçar as novas oportunidades em São Paulo. Além de investir na carreira digital, ela pensa em tentar a sorte como cantora em algum momento, que outro grande sonho.

“Anápolis, apesar de ser calmo e bom para se viver, não tem tanta oportunidade para quem quer trabalhar com mídia”, explicou.

Para a drag, a maior meta é ganhar o prêmio do Corrida, crescer no mundo digital e ganhar dinheiro para mudar a vida da mãe e do irmão mais novo.

Sair de uma cidade do interior de Goiás e ganhar destaque em um programa de visibilidade nacional, com participantes de diversas partes do país, para ela é uma questão de representatividade.

“Como uma pessoa gay, uma pessoa preta, pobre e de cidade pequena, significa representatividade porque tem muitas pessoas que está na mesma situação que eu que não vê esperança, porque é tão limitado que as pessoas não acham que pode chegar lá”, contou.

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