Morre Antônio Pedro, ator de ‘Gabriela’ e ‘Escolinha do Professor Raimundo’, aos 82
Internado em um hospital no Rio de Janeiro, Antônio Pedro morreu em decorrência de insuficiências renal e cardíaca
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu neste domingo o ator, diretor e roteirista Antônio Pedro, aos 82 anos. A informação foi confirmada por uma nota da TV Globo, na qual o artista trabalhou por décadas.
Internado em um hospital no Rio de Janeiro, Antônio Pedro morreu em decorrência de insuficiências renal e cardíaca.
Ator de novelas como “Sassaricando”, de 1987, e “Bebê a Bordo”, de 1988, ele brilhou ainda no cinema em filmes como “Gabriela, Cravo e Canela”, de 1983, “Muito Prazer”, de 1980, parte da trilogia de David Neves sobre Copacabana.
Ainda na TV, participou de programas humorísticos como a “Escolhinha do Professor Raimundo” e “Zorra Total”, nos quais fez diversos personagens. Seu primeiro papel nas telinhas foi na TV Tupi, em “Super Plá”, de 1969. Iria para a Globo em 1972, com “O Bofe”. Faria ainda participações no infantil “O Sítio do Picapau Amarelo”, de 2002, além do juvenil “Malhação”, nas temporadas de 2007 a 2009.
Foi ator frequente também nos filmes dirigidos por Hugo Carvana, como “O Homem Nu”. Também é estrela de longas celebrados do cinema nacional, como “O que É Isso, Companheiro?” e “O Gigante da América”, de Júlio Bressane, e “A Lira do Delírio”, de Walter Lima Jr.
Seus últimos trabalhos na televisão foram na novela “Bom Sucesso”, de 2019, e nas séries “Shippados” e “Filhas de Eva”. A última participação nas telonas foi em “D.P.A. Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano”.
Nascido em 11 de novembro de 1940, no Rio de Janeiro, Antônio Pedro começou sua carreira nso anos 1960, fez cursos e especializações em Paris, e desde então atuou como diretor, roteirista, humorista e produtor em dezenas de filmes, peças e obras na televisão.
Em paralelo à carreira artística, Antônio Pedro mantinha fortes laços com a política. Durante a ditadura militar, atuou como militante do Partido Democrático Trabalhista, o PDT, e, no início dos anos 1980, foi nomeado diretor de teatros da Funarj, a Fundação Anita Mantuano de Artes do Rio de Janeiro.
Após a redemocratização, se tornou o primeiro a ocupar o cargo de secretário municipal de Cultura do Rio, a partir de 1986. Na sequência, assumiu a mesma função em Volta Redonda, no sul do mesmo estado.
Nos anos 1990, tentou se eleger deputado estadual pelo PDT e coordenou o projeto Teatro da UERJ, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com o qual concebeu e produziu 17 espetáculos. Sua atuação enquanto diretor nos palcos sempre foi elogiada pela crítica, graças a um trabalho marcado pela liberdade criativa dada aos elencos com os quais trabalhava.
O velório será realizado na segunda-feira (13), a partir das 10h30, na capela dois do Crematório e Cemitério da Penitência e, às 15h30. O ator será cremado. Antônio Pedro deixa três filhos: a atriz Alice Borges, de seu casamento com Yvette Truffal, a também atriz Ana Baird, de seu casamento com Margot Baird, e Fabio Borges, de seu casamento com Andrea Bordadagua. Também foi casado com Silvia Sangirardi, com quem não teve filhos.
Sobre o pai, Baird escreveu nas redes socais: “Referência. Amor incondicional. Honra e orgulho.
Obrigada por tudo. Obrigada por tanto. Vai na luz, pai. Tem um elenco maravilhoso te esperando do outro lado pra festa. O Teatro te agradece. Eu te agradeço imensamente. Te amo”. Ela dedicou ainda uma sequência de fotos com o ator, desde sua infância.
Já o diretor Pedro Carvana, filho de Hugo Carvana e Martha Alencar, escreveu: “Hoje passou pra outros palcos o querido Baixinho. Dono de afinadíssima ironia”. “Era sinônimo de zoação, brincadeira e sacanagem, ele e meu pai foram parceiros a vida toda e em muitos filmes. Profissional hiper dedicado, muito talentoso e zero deslumbrado. Deixa muito exemplo a ser seguido”.