Inflação de março sobe 0,71% com pressão da gasolina

Com o novo resultado, o IPCA acumulou inflação de 4,65% em 12 meses. O avanço era de 5,60% até fevereiro

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Inflação de março sobe 0,71% com pressão da gasolina
Imagem mostra bombas de combustíveis. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Puxado pela gasolina, o índice oficial de inflação do Brasil teve alta de 0,71% em março, após subir 0,84% em fevereiro.

É o que apontam os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam alta de 0,77% em março, período que marcou o retorno parcial da cobrança de tributos federais sobre gasolina e etanol.

Com o novo resultado, o IPCA acumulou inflação de 4,65% em 12 meses. O avanço era de 5,60% até fevereiro.

O centro da meta de inflação, que serve de referência para o BC (Banco Central), é de 3,25% em 2023. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%).

Para analistas, o IPCA deve estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo. Na mediana, o mercado financeiro prevê inflação de 5,98% no acumulado até dezembro de 2023, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda (10).

Neste início de governo, o BC virou alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O motivo foi o patamar dos juros no país.

Em uma tentativa de conter a inflação, o BC manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Ao esfriar a demanda por bens e serviços, a medida busca frear os preços e ancorar as expectativas para o IPCA.

O efeito colateral esperado é a perda de fôlego da atividade econômica, porque o custo do crédito fica mais alto para empresas e consumidores.

Lula já defendeu uma flexibilização na meta de inflação com a expectativa de abrir espaço para o corte dos juros.

Parte dos economistas, contudo, entende que o efeito concreto seria o oposto, por ampliar as incertezas.

“Se a meta [de inflação] está errada, muda-se a meta”, disse o presidente na semana passada.

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