Pai de Fábio Escobar acredita que policiais agiram a mando de “gente poderosa”

José Escobar relembrou o doloroso episódio e confidenciou que o filho temia ser assassinado

Da Redação Da Redação -
Fábio Escobar foi assassinado a tiros em 2021, no Setor Jamil Miguel, em Anápolis. (Foto: Reprodução/ Facebook)

Com o cumprimento de mandado de prisão contra 10 policiais militares na terça-feira (19), a Polícia Civil (PC) de Goiás deu prosseguimento às investigações acerca da suspeita de envolvimento dos PM’s em homicídios cometidos em Anápolis e Terezópolis.

Um desses assassinatos é referente à morte do anapolino Fábio Escobar, que ocorreu em 23 de junho de 2021, quando a vítima tinha 38 anos.

Em entrevista ao Portal 6, o pai de Fábio, José Escobar, relembrou o doloroso episódio e confidenciou que o filho temia ser assassinado.

Antes do fatídico dia, o empresário chegou a contar ao pai que estava realmente sendo perseguido e sofrendo pressão psicológica.

“Ele falava que estava sendo ameaçado, vivia atormentado com esse pesadelo, de que poderia alguma hora ser morto. Disse ter sido seguido, que algumas vezes fecharam o carro dele. Os PM’s ficavam encarando ele, jurando ele de morte”, lembra.

A vítima foi baleada enquanto estava dentro de um táxi, em Anápolis, a caminho de um empreendimento que desejava adquirir.

Quando se aproximaram do local, um Fiat Uno, de cor escura, aguardava na porta. Os ocupantes do veículo dispararam contra Fábio, fugindo logo em seguida. Um taxista o socorreu, mas o empresário morreu no hospital.

Mensagens trocadas entre José Escobar e o filho pouco tempo antes do crime. (Foto: Arquivo)

José Escobar afirma não ter dúvidas de que os policiais ceifaram a vida de Fábio. Ele também acredita que os militares agiram a mando de “gente poderosa”.

“Tenho certeza que foram eles. Agora, com o Ministério Público tomando conta, espero que vá para frente, mas tem muita gente poderosa aqui no estado envolvida nisso ainda”, disse à reportagem.

Em tempo

A operação, batizada de “Tesarac”, ocorreu em parceria com a Delegacia de Repressão à Ações Criminosas Organizadas (Draco) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) e a Corregedoria da Polícia Militar.

Além das 10 prisões, também foram efetuados 18 mandados de busca e apreensão.

Esta segunda ação ocorreu nos municípios de Caldas Novas, Nerópolis, Nova Veneza, Nerópolis, Goiânia, Brasília e também Anápolis.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os investigados foram recolhidos para o presídio militar, onde permanecerão à disposição da Justiça.

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