Ao menos 35 ônibus e um trem são incendiados após morte de líder da maior milícia do RJ

Segundo denúncias à Justiça, Faustão morreu sendo a segunda liderança da maior milícia do Rio, que tem como chefe o tio, Zinho.

Folhapress Folhapress -
Ao menos 35 ônibus e um trem são incendiados após morte de líder da maior milícia do RJ
Bombeiros tentam conter fogo de um dos ônibus incendiados em frente à estação do BRT Cosmos, na zona oeste do Rio de Janeiro (Foto: Emerson Magalhães/Folhapress)

Ao menos 35 ônibus foram incendiados no Rio de Janeiro após a morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão. Apontado pelas autoridades como uma das lideranças da maior milícia do Rio, ele foi morto na tarde desta segunda-feira (23) em uma ação da Polícia Civil na comunidade Três Pontes, na zona oeste da cidade. Ainda não há informações sobre feridos.

Além disso, um trem foi incendiado por volta das 18h30 na estação Tancredo Neves, no bairro de Santa Cruz. Bombeiros atuam no local.

Segundo denúncias à Justiça, Faustão é a segunda liderança da maior milícia do Rio, que tem como chefe seu tio, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.

Em setembro, Faustão foi denunciado por ser um dos atiradores que mataram a tiros o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho. O ex-político é acusado de fundar, nos anos 2000, a chamada Liga da Justiça, que originou a atual milícia comandada por Zinho, ainda segundo a Promotoria.

A advogada de Faustão, Leonella Vieria, afirmou que estava apurando as informações sobre a morte do cliente e que não iria se manifestar, neste momento, sobre as acusações do Ministério Público do Rio de Janeiro.

A morte de Jerominho, ainda de acordo com promotores, teria ocorrido depois que a milícia de Faustão suspeitou de que Jerominho pudesse retomar a liderança da quadrilha.

Pelo menos desde 2010 a Liga da Justiça passou a ser chamada de milícia do CL, em referência a um irmão de Zinho, que assumiu a liderança. A chefia passou a ser sucedida por membros da família, segundo a Promotoria, que intitula as denúncias sobre a quadrilha de Dinastia.

O confronto envolveu policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) e do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada). O suspeito foi levado para o Hospital Pedro 2º, mas não sobreviveu, de acordo com a secretaria municipal do Rio.

ÔNIBUS INCENDIADOS

Esse é o dia com mais ônibus incendiados de forma criminosa da história, de acordo com o Rio Ônibus. Até o momento, são 35 no total, sendo 30 municipais e 5 BRTs. Passageiros se aglomeram nos terminais da zona oeste da cidade.

Entre os ônibus incendiados nesta tarde está um BRT, que estava vazio e pronto para entrar em circulação. Não houve feridos, segundo a assessoria.

Outros 20 ônibus foram incendiados em diferentes ruas da zona oeste. De acordo com o COR (Centro de Operações Rio), o primeiro ônibus incendiado estava na rua Felipe Cardoso, na altura do BRT Cajueiros, em Santa Cruz.

Procurado, o comandante do 27ºBPM (Santa Cruz) afirmou que o policiamento foi reforçado.

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