Conheça a história de Sant’Ana, padroeira de Anápolis e avó de Jesus

Origem do município está diretamente relacionada à santa, que deu início ao povoado que mais tarde se transformaria em uma cidade

Thiago Alonso Thiago Alonso -
No dia 26 de julho se comemora o Dia de Sant’Ana. (Foto: Reprodução/Anápolis Transtemporal)

No dia 26 de julho, Anápolis celebra o Dia de Sant’Ana, a santa padroeira do município. Em 2024, a cidade comemora 117 anos desde a elevação à categoria de cidade, e a figura da santidade está diretamente ligada ao surgimento. Mas afinal, quem foi Sant’Ana?

Com uma história ancorada na tradição católica, Ana, como era chamada, ficou conhecida por ser avó de Jesus Cristo e mãe da Virgem Maria, protagonizando um dos milagres que resultariam mais tarde no surgimento do líder dos cristãos.

Não o bastante, ela também estava inserida em um contexto bastante particular, uma vez que fazia parte da família do sacerdote Aarão e era casada com São Joaquim, da família do Rei Davi.

No entanto, o momento de destaque da mulher veio quando, já idosa, estéril e sem filhos, foi criticada pelo sacerdote Rúben pela falta de herdeiros. Assim, o marido dela, que já estava desanimado com a situação, decidiu ir para o deserto, rezar e pedir por um primogênito.

Lá, um anjo apareceu para ele e disse que Deus havia ouvido as preces. Assim, após algum tempo, ele retornou para casa e se deparou com a esposa já grávida, do que mais tarde seria uma menina.

A garotinha nasceu em 08 de setembro do ano 20 a.C., sendo nomeada Maria, cujo significado é “Senhora da Luz”. A filha foi oferecida ao Templo de Jerusalém quando tinha 03 anos, permanecendo lá até os 12 anos.

Devoção

A devoção a Sant’Ana cresceu muito na Idade Média, especialmente na Alemanha. Devido a isso, o Papa Urbano IV a canonizou em 1378. Já em 1584, o Papa Gregório XIII fixou o dia 26 de julho para celebrá-la.

Em Anápolis — quando a cidade ainda nem possuía esse nome —, a história tomou forma somente em 1859, quando uma fazendeira chamada Ana das Dores de Almeida viajava de Jaraguá para Bonfim (atual Silvânia) em uma viagem com uma tropa de burros.

Um dos animais carregava as joias da família, que era muito rica, e, junto a elas, uma imagem de Sant’Ana, de quem a mulher era devota.

Burro não conseguia nem mesmo se levantar. (Foto: Reprodução)

Assim, no decorrer da jornada, a fazendeira decidiu parar em uma fazenda, na qual o dono era Joaquim Rodrigues dos Santos e estava acostumado a receber viajantes que paravam para descansar.

No entanto, já no dia seguinte, ao tentar continuar o deslocamento, um dos burros havia sumido: justamente o que estava com a imagem da santa.

Não demorou muito para que a mulher entrasse em desespero. Assim, após muito trabalho, o burro foi encontrado, mas estava muito fraco e não conseguia nem mesmo se levantar para continuar o trajeto.

Milagre “anapolino”

Abalada, a mulher então se ajoelhou e rezou em voz alta, prometendo que, se o animal revigorasse, ela criaria uma igreja naquele local, dedicada a Sant’Ana. No mesmo instante, a carga voltou ao peso normal e o burro se levantou.

Todos que estavam à volta ficaram emocionados com o milagre, chorando e agradecendo pelo feito. O dono da propriedade até mesmo doou uma parte das terras para que fosse montada a capela e enaltecido o nome da santa.

Capela das Antas, no, até então, povoado de Sant’Ana das Antas. (Foto: Reprodução/Anápolis Transtemporal)

Assim, junto à Capela das Antas surgiu o povoado de Sant’Ana das Antas, que mais tarde evoluiu, recebendo o título de cidade, sendo renomeado em 1907 para Anápolis, que significa “Cidade de Ana”.

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