Apostadores têm concluído que há chances maiores de vitória da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, na eleição de novembro do que do ex-presidente Donald Trump.
O agregador de pesquisas Real Clear Politics (RCP), que também oferece uma métrica a partir da média das odds -grosso modo, valores potenciais de retorno- de sites de apostas, indica que Kamala ultrapassou Trump na última quinta (8) e se manteve acima dele desde então.
Segundo essa média criada pelo RCP, Kamala pontua com 52%, contra 46,4% de Trump. No dia 21 de julho, quando o presidente Joe Biden desistiu da candidatura e endossou Kamala, essa métrica do RCP indicava 29,7% para Kamala e 58,4% para Trump -uma diferença de 28,7% em favor do republicano.
O pico das apostas em favor do ex-presidente foi anterior a isso, no entanto: logo após a tentativa de assassinato que sofreu durante comício na Pensilvânia, em meados de julho. No dia 15, dois dias depois do ataque, ele pontuava em 66,2% na média das casas de apostas do RCP, contra 18% de Biden. As somas das chances não necessariamente resultam em 100%.
De lá para cá, o mercado de apostas tem observado um declínio estável de Trump e uma subida vertiginosa das odds em favor de Kamala.
A democrata conseguiu rapidamente o endosso de outros democratas de peso, como Bill e Hillary Clinton, além de Barack Obama, e notadamente, de grandes doadores de campanha. Em 24 horas após a saída de Biden, Kamala já havia arrecadado US$ 81 milhões, mesmo sem estar oficialmente avalizada pelo Partido Democrata.
Um dia antes de ultrapassar Trump, ao menos por essa métrica da RCP, Kamala havia anunciado o vice em sua chapa na disputa eleitoral, o governador de Minnesota, Tim Walz. Novamente houve uma resposta positiva do ponto de vista financeiro: mais US$ 36 milhões arrecadados em 24 horas.
De acordo com a Bloomberg, usando a métrica da RCP e combinando as probabilidades democratas desde o começo do ano, a última vez em que o candidato democrata esteve à frente de Trump no mercado de apostas foi em meados de maio.
Na ocasião, Trump já havia começado a crescer nas apostas e, salvo um leve baque quando foi condenado criminalmente em Nova York, no fim de maio, manteve trajetória de crescimento cujo pico foi após o atentado sofrido.