K-pop e K-dramas: entenda como cultura da Coréia do Sul se consolida cada vez mais em Goiás
Número de fãs e apreciadores da música, audiovisual e cultura como um todo do país asiático cresce a cada dia
São quase 18 mil km que separam Seul – capital da Coreia do Sul – de Goiânia. Apesar das barreiras linguísticas, comportamentais e continentais, a cultura coreana está cada vez mais consolidada em Goiás.
Até a década passada, parecia inimaginável que k-dramas, k-pop, filmes e outras formas de arte do país asiático invadissem e se enraizassem com tamanho impacto na realidade do interior do Brasil.
Quem vive essa realidade é a goianiense Maria Paula Moreira, de 23 anos e aficionada por K-pop, que ainda quando pré-adolescente, mal suspeitava que um simples vídeo no YouTube mudaria a vida dela para sempre.
“Comecei assistindo a doramas no YouTube e, em seguida, migrei para um aplicativo dedicado a esse tipo de conteúdo. Foi amor à primeira vista! Fiquei completamente encantada com a cultura, mas, nessa época, ainda não conhecia o K-pop; era muito fã de pop americano”, contou.
Porém, a paixão pela música coreana cresceu e hoje é muito mais do que um simples apreço. Para ela, foi uma forma de seguir a vida após uma perda devastadora.
“Sem dúvida, o BTS [famoso grupo musical] em particular, entrou na minha vida em um momento muito difícil. Eu havia acabado de perder meu pai para a Covid-19 e estava sem perspectivas, vivendo um luto avassalador. Foi então que ouvi a música ‘Spring Day’ do BTS e senti muita paz e um conforto imenso. Então, comecei a buscar mais informações sobre a banda e me tornei fã”, relembrou.
Apesar da já mencionada distância, Maria Paula garantiu que a fanbase goiana com relação ao K-pop permanece bastante forte e unida, com a música sendo um meio que conecta tantas pessoas.
“Mesmo estando em Goiás, sinto que minha conexão com o K-pop e com outros fãs é super forte. Fiz várias amizades através disso e conheço pessoas fãs do BTS na faculdade, no trabalho e de várias idades e personalidades diferentes. E todas têm uma história legal para contar sobre como fazem parte disso e como o amor pelo BTS, como artistas, as faz bem. A música e os artistas nos unem, e isso faz a distância desaparecer. É como se estivéssemos todos juntos, conectados por algo que realmente nos faz muito bem”, finalizou.
Janaína Oliveira, de 27 anos, também se viu de uma hora para a outra mergulhada em meio à cultura coreana, mesmo morando no interior do país, também em Goiânia. Mas para ela, o grande amor foi mais forte nos dramas, suspenses, comédias e romances dos k-dramas.
“A primeira que eu assisti foi Pousando no Amor e de muita gente também foi. Porque foi quando a Netflix começou a exibir os K-dramas […] Eu me interessei e fui me encaminhando para gostar mais desse gênero”, disse.
Ela comentou que também nutria certo senso comum antes de ter contato com tais produtos, de que eram muito “água com açúcar”, mas com o tempo passou a compreender melhor a qualidade técnica dos roteiros e atuação, especialmente por também ser da área do audiovisual.
“K-dramas não são todos iguais, existem vários gêneros e levei um tempo para achar o meu, isso também é um problema por conta de quem acha que todo k-drama é aquela história de amor demorada. Tem muitas histórias que são de terror, de ação, com roteiros muito bons”, continuou.
Para terminar, ela contou que no caso de Goiânia, a capital já conseguiu conquistar um grande número de pessoas apaixonadas pela cultura coreana como um todo e que a comunidade cresce a cada dia.
“É algo nichado, mas que já está sendo absorvido pela cidade, mas eu acredito que a tendência é só aumentar […] atores começaram a vir visitar os fãs no Brasil, bandas de lá vieram tocar, isso só vai aumentar o número de fãs”, disse, ao final.