Suspeitos de deformar clientes, Karine Gouveia e marido são soltos após decisão do STJ
Na determinação, juíza pontuou como “desproporcional” a prisão do casal, que é investigado por 7 crimes
Foram soltos na manhã deste sábado (08), a empresária Karine Gouveia e o marido dela, PC Segredo. Os dois estavam presos desde 18 de dezembro, suspeitos de chefiar um esquema em que pacientes ficaram deformados após procedimentos irregulares em clínicas estéticas de Goiânia e Anápolis.
A prisão foi revogada na sexta-feira (07) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acatou o pedido da defesa do casal, sustentando que eles possuem um filho de 07 anos que recentemente sofreu um grave acidente de trânsito e precisou passar por uma cirurgia, necessitando do cuidado dos pais.
A defesa argumentou que a soltura deles não interferiria nas investigações, as quais são comandadas pela 1ª Delegacia Regional de Polícia (1ª DRP).
Dessa forma, a ministra Daniela Teixeira, que emitiu a decisão, pontuou como “desproporcional” a prisão deles, uma vez que outros investigados da Operação Face Oculta já foram soltos.
Apesar disso, o casal ainda deve cumprir uma série de determinações, conforme apontado pela Justiça, dentre elas a proibição de acessar o local onde funcionavam as clínicas de estética e de deixar o país.
Além disso, Karine e Paulo Cesar também não poderão manter qualquer tipo de contato com funcionários e vítimas, assim como estão impedidos de voltar a atuar na área estética, incluindo a divulgação de procedimentos em redes sociais.
Em tempo
Presos desde dezembro, o casal passou por audiência de custódia – cujo resultado foi a prorrogação da prisão preventiva por mais 30 dias.
À época, o juiz Inácio Pereira de Siqueira, da 1ª Vara de Garantias, também determinou o bloqueio de R$ 6,1 milhões do casal, se somando aos mais de R$ 2,5 milhões que já haviam sido bloqueados, juntamente com cotas de um helicóptero avaliado em R$ 8 milhões.
A investigação apura pelo menos sete crimes, sendo eles: exercício ilegal da medicina; lesão corporal gravíssima; falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais; e estelionato.
Karine e o marido também são acusados de execução de serviço de alto grau de periculosidade sem autorização; fazer afirmação falsa ou enganosa ou omitir informação relevante sobre produtos ou serviços; e organização criminosa.