Em meio ao calor extremo, saiba identificar sinais de que o corpo está em ‘estresse térmico’

Saber identificar o calor como causa de um mal-estar ou desconforto é importante para evitar colocar a saúde em risco

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(Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

GIULIA PERUZZO, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma onda de calor atinge o Sul e o Sudeste do Brasil nesta semana, e temperaturas ainda mais altas são esperadas para os próximos dias também no Nordeste. Com isso, cresce a necessidade de redobrar os cuidados com a saúde.

A temperatura natural do corpo varia de 35,5°C a 37,5°C. Em dias de calor extremo, o organismo tenta evitar que a temperatura interna também aumente, por meio da transpiração e da vasodilatação. “Com isso, pode haver queda da pressão e desidratação”, afirma Marcelo Franken, gerente médico da Cardiologia do Hospital Albert Einstein.

Saber identificar o calor como causa de um mal-estar ou desconforto é importante para evitar colocar a saúde em risco.

Segundo Franken, em situações de calor extremo o corpo fica vulnerável ao chamado estresse térmico, que pode causar sintomas como dores de cabeça, náusea e câimbras, e o quadro pode evoluir para uma exaustão térmica, com piora da dor de cabeça e confusão mental. A pessoa também pode sentir mais sede, além de fraqueza, tontura e taquicardia.

A exposição ao sol deve ser evitada durante as ondas de calor. Quando a temperatura do corpo ultrapassa os 39°C, o quadro pode evoluir para uma insolação, que é a perda da capacidade do organismo de autorregular a temperatura corporal. A pessoa pode perder a consciência, ter crises convulsivas e até entrar em coma. “Caso não seja tratado rapidamente, esse estado pode levar ao óbito em pouco tempo”, diz Franken.

“A insolação é uma emergência médica caracterizada por disfunção do sistema nervoso central”, complementa o urologista Roni Carvalho, professor na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Outros sinais de alerta, segundo ele, são hipotensão (pressão baixa), taquipneia (respiração acelerada), vômitos e diarreia.

Idosos com mais de 65 anos e crianças de até dois anos são os mais sensíveis ao calor extremo e à desidratação, principalmente pelo acesso mais difícil à água. Gestantes e pessoas com doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes tipo 2 também fazem parte do grupo de risco, afirma Carvalho.

“Pessoas com condições de saúde preexistentes e doenças crônicas têm um risco aumentado de complicações durante períodos de calor extremo”, acrescenta.

Trabalhadores expostos ao ar livre por um longo período de tempo e pessoas socialmente isoladas —que não contam com ajuda— também são mais vulneráveis aos efeitos do calor.

Se sentir sintomas de mal-estar pelo calor, a hidratação é um ponto fundamental e prioritário para repor fluidos e eletrólitos perdidos devido à transpiração excessiva isotônicos também ajudam.

É recomendado, ainda, procurar locais mais frescos, tomar um banho gelado e fazer compressas com água gelada. Em caso de tontura ou fraqueza, o ideal é sentar-se ou deitar-se.

Tontura, desmaio, convulsões e vômitos indicam um quadro mais preocupantes, e o recomendado é buscar atendimento médico imediato para evitar complicações graves, afirmam os especialistas.

DICAS PARA MANTER A SAÚDE EM SITUAÇÕES DE CALOR EXTREMO

Mantenha a hidratação constante, não apenas em momentos de sede;
Evite a ingestão de bebidas alcoólicas e com alto teor de açúcar;
Use roupas leves, inclusive ao dormir;
Proteja-se do sol: procure uma sombra e use chapéu ou boné;
Use protetor solar;
Evite alimentos gordurosos e calóricos e prefira alimentos frescos;
Evite praticar atividade física intensa nas horas mais quentes do dia;
Coma com mais frequência;
Use água fria para se refrescar;
Certifique-se que familiares e amigos estejam bem e hidratados, principalmente crianças e idosos;
Use umidificadores de ar ou coloque toalhas molhadas nos ambientes;
Facilite a circulação do ar

Fonte: Ministério da Saúde

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