JOÃO GABRIEL DE LIMA
LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – A artista gráfica e fotógrafa brasileira Patrícia Cividanes passou nesta segunda-feira (17) pela segunda experiência com tremores na região de Lisboa. Ela mora em Almada, cidade que está para a capital de Portugal como Niterói para o Rio de Janeiro. Ela mora há três anos no país europeu com o marido, o diretor teatral Ruy Filho, e uma cachorra de estimação, de nome Gata.
“Primeiro foi um tremor leve, parecia que um caminhão pesado estava passando na rua. Depois o tremor se intensificou, e ficou claro que era um terremoto. Estava no escritório de casa trabalhando. Minha primeira reação foi pegar minha cachorra no colo e ficamos juntas embaixo do batente da porta até o tremor passar”, diz.
“Depois do primeiro terremoto lemos sobre o assunto na internet e uma das recomendações era ficar embaixo do batente da porta. Agora estamos cogitando seguir outra recomendação, fazer uma malinha com um kit básico para o caso de ter que sair correndo de casa”.
O terremoto registrado na região de Lisboa, capital de Portugal, foi de magnitude 4,7, segundo o EMSC (Centro Sismológico Euro-Mediterrânico, na sigla em inglês) e o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera).
O sismo teve origem em Seixal, cidade no distrito de Setúbal, às 13h24 locais (10h24 no Brasil), a um quilômetro de profundidade. Há relatos de que o abalo foi sentido também em Vila Nova de Santo André, Lisboa e Portimão, assim como nas cidades espanholas de Badajoz, Sevilha, Huelva e Islantilla.
A magnitude do sismo ainda pode sofrer alterações. O EMSC calculou inicialmente que o abalo tinha atingido uma magnitude de 4,9, mas uma nova atualização já coincide com a magnitude de 4,7 confirmada pelo IPMA. Outras fontes apontam para uma magnitude mais baixa, de 4,2.
Portugal, especialmente sua região sul e os Açores, está localizado perto da fronteira entre as placas tectônicas Eurasiática e Africana. Essa posição torna a área suscetível a atividades sísmicas.
O país registra vários abalos menores com magnitude abaixo de 3 a cada ano, que geralmente não são sentidos pela população ou causam danos.
É parte fundante da história da Europa moderna, no entanto, um grande terremoto ocorrido em Portugal em 1755.
O grande sismo do século 18 espalhou destruição pela capital portuguesa em um momento em que o império português era um dos mais ricos e proeminentes do planeta. Tremores em sequência, estimados em uma magnitude entre 8 e 9, destruíram Lisboa e outras partes de Portugal, e foram seguidos por um tsunami, o transbordamento do rio Tejo e diversos incêndios na cidade.
Voltaire, filósofo e escritor francês do século 18 (1694-1778), tinha obsessão com esse evento e o usou como pando de fundo para sua obra “Cândido ou o Otimismo” (1758), no qual o protagonista, Cândido, e seu mestre, Dr. Pangloss, vivenciam a catástrofe que devastou a cidade.