Empresa goiana terá de indenizar funcionários por fazer promessa ilegal aos trabalhadores

Ação foi negada em primeira instância, mas sindicato recorreu e reverteu a decisão

Davi Galvão Davi Galvão -
Empresa goiana terá de indenizar funcionários por fazer promessa ilegal aos trabalhadores
Urna eletrônica é utilizada nas eleições brasileiras. (Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil)

Uma empresa da área de embalagens foi condenada a pagar uma indenização de R$ 1 mil a cada trabalhador que estava ativo durante a campanha eleitoral de 2022, por ter praticado assédio moral e prometido benefícios caso determinado candidato vencesse a disputa.

A decisão foi promulgada pela 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO) após ação coletiva movida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e de Material Plástico de Goiás.

Testemunhas relataram que os trabalhadores foram informados de que teriam direito a uma folga caso o candidato preferido pela empresa fosse vencesse a eleição.

Em primeira instância, a 4ª Vara do Trabalho de Rio Verde considerou improcedente a ação, argumentando que a promessa de folga não configurava assédio moral eleitoral, pois não havia pedido explícito de voto ou ameaças.

O sindicato recorreu, sustentando que o assédio eleitoral não exige ameaça ou violência e que a concessão ou promessa de benefício em troca de determinado resultado na eleição é uma prática ilícita.

O relator do caso, desembargador Gentil Pio de Oliveira, inicialmente manteve a decisão de primeira instância, mas reviu seu posicionamento e acompanhou a divergência do desembargador Mário Bottazzo.

O desembargador apontou que a empresa violou o direito à liberdade política dos trabalhadores ao realizar reuniões para influenciar o voto e prometer folgas condicionadas à vitória de um candidato, sendo que a ilicitude da conduta independe da efetiva concessão da vantagem prometida.

A indenização por danos morais foi fixada pelo relator em R$ 1 mil por trabalhador, rejeitando o pedido do sindicato de R$ 15 mil por empregado.

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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