Essas foram as últimas palavras do Papa Francisco antes de morrer

Apesar de não ter conseguido ler pessoalmente a mensagem, Francisco emocionou fiéis de todo o planeta com um texto cheio de fé e esperança

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Essas foram as últimas palavras do Papa Francisco antes de morrer
Papa Francisco. (Foto: Divulgação)

O mundo amanheceu em luto nesta segunda-feira com a notícia da morte do Papa Francisco. Aos 88 anos, o pontífice argentino faleceu no Vaticano após complicações em seu estado de saúde, deixando um legado de humanidade, simplicidade e firme defesa dos valores cristãos.

Como uma espécie de despedida, suas últimas palavras públicas foram lidas durante a tradicional bênção “Urbi et Orbi”, por ocasião da Páscoa — a festa máxima da fé católica.

Apesar de não ter conseguido ler pessoalmente a mensagem por causa do agravamento de seu estado clínico, Francisco emocionou fiéis de todo o planeta com um texto cheio de fé e esperança, lido por Monsenhor Diego Ravelli, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, do balcão central da Basílica de São Pedro.

Mesmo frágil, o Papa ainda acenou aos milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro, desejando um último e significativo “Feliz Páscoa”.

“Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida. A Páscoa é a festa da vida!”, escreveu.

Em sua mensagem, o Papa ressaltou que Deus quer que a humanidade ressurja e que todas as vidas — desde a criança no ventre até o idoso ou o doente — são preciosas. Foi um clamor por dignidade humana, especialmente em tempos de guerra, violência doméstica, migração forçada e exclusão.

Francisco não ignorou as dores do mundo. Lembrou os conflitos armados em diferentes partes do planeta e se declarou preocupado com a “dramática e ignóbil” situação em Gaza.

Pediu paz para o Oriente Médio, em especial para o Líbano, Síria e Iêmen, e também para regiões do continente africano, como República Democrática do Congo, Sudão, Sudão do Sul e o Chifre da África. Em sua fala, mencionou ainda a crise humanitária em Mianmar, agravada por um recente terremoto.

De forma firme, condenou o armamentismo e convocou os líderes mundiais a priorizarem os pobres, os famintos e o desenvolvimento sustentável.

“Estas são as ‘armas’ da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!”, escreveu. O Papa pediu que o “princípio da humanidade” nunca seja esquecido, especialmente em cenários de guerra que destroem hospitais, escolas e atingem inocentes. “Não são alvos. São pessoas com alma e dignidade”, reforçou.

Num gesto simbólico e tocante, desejou que esta Páscoa fosse ocasião para libertar prisioneiros de guerra e presos políticos. E concluiu: “Na Páscoa do Senhor, a morte e a vida enfrentaram-se num admirável combate, mas agora o Senhor vive para sempre. Feliz Páscoa para todos!”.

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