Aluna pede dinheiro de volta após descobrir o que professor fazia nas aulas

"Paguei para aprender com especialistas, não com robôs", disse a aluna em sua queixa formal

Anna Júlia Steckelberg Anna Júlia Steckelberg -
Aluna pede dinheiro de volta após descobrir o que professor fazia nas aulas
(Foto: Reprodução)

Você pagaria R$ 45 mil para assistir aulas que, no fundo, foram preparadas por uma inteligência artificial? Pois foi exatamente isso que motivou a revolta de Ella Stapleton, aluna do último ano do curso de Negócios da Northeastern University, em Boston (EUA), que pediu o reembolso da mensalidade após descobrir que seu professor usava ChatGPT para elaborar materiais didáticos — sem contar nada para os alunos.

A situação levanta uma questão que tem ganhado força nos corredores das universidades: se o uso não autorizado de IA pelos estudantes é punido com rigor, por que o mesmo não se aplica aos professores?

Aluna pede dinheiro de volta após descobrir o que professor fazia nas aulas

Ella começou a desconfiar ao notar algo estranho nos slides e apostilas. Erros frequentes, frases genéricas e até imagens com aquelas distorções típicas de inteligência artificial. A cereja do bolo? Um link direto para o ChatGPT na bibliografia de uma das aulas.

A estudante foi atrás, investigou e descobriu que o professor Rick Arrowood não só usava ferramentas de IA para preparar apresentações e comentários, como também admitiu publicamente que fazia isso sem avisar ninguém.

Em sua defesa, Arrowood disse que reconhece a necessidade de mais transparência e acredita que o episódio pode servir de alerta para outros docentes.

Indignada, Ella exigiu o reembolso de mais de US$ 8 mil (cerca de R$ 45 mil). “Paguei para aprender com especialistas, não com robôs”, disse a aluna em sua queixa formal.

A universidade respondeu. Em nota, reconheceu o uso de IA pelo professor, mas afirmou que incentiva o uso responsável dessas ferramentas no ensino — desde que haja atribuição clara e revisão humana. E, apesar do reconhecimento, rejeitou o pedido de reembolso.

O caso viralizou e reacendeu o debate: a IA está mesmo substituindo o professor, ou pode ser uma aliada no ensino moderno? E mais: quem está educando quem?

Por enquanto, Ella continua com o diploma (quase) em mãos — mas a conta, quem pagou, foi ela.

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