O sobrenome que muitos brasileiros têm, mas poucos sabem como realizar a pronúncia correta
Ele parece difícil, é confundido até por apresentadores de TV e muita gente fala errado sem perceber


“Schneider” está entre os sobrenomes mais presentes em fichas de matrícula, crachás, atas e placas de formatura no Brasil. Mesmo assim, a maioria das pessoas não sabe ao certo como pronunciar corretamente.
É só alguém precisar ler em voz alta que o caos começa: “Esnider”? “Xineider”? “Schnéider”? Cada um arrisca como pode — e é justamente aí que mora a dúvida.
A origem do nome é alemã. “Schneider” vem do verbo “schneiden”, que significa “cortar”. Literalmente, é o equivalente a “alfaiate” — uma profissão tradicional e respeitada na Europa do século XIX.
Com a vinda de milhares de imigrantes alemães para o Brasil, principalmente para o Sul, o sobrenome se espalhou por diversas famílias que hoje ocupam posições em todas as regiões do país.
A pronúncia correta, segundo a tradição germânica, é “Shnái-der”, com som de “sh” no início (como em “shopping”) e a sílaba tônica no “shnái”. Ou seja: nada de “esnider” nem “xineider”.
O problema é que o português não usa as combinações de letras do alemão. Por isso, muita gente adapta a pronúncia com base no que lê. E o costume vai passando de geração em geração, mesmo que esteja longe da forma original.
Esse tipo de confusão não é exclusividade do Schneider. Sobrenomes como “Weber”, que deveria ser “Vêber”, quase sempre viram “Uéber” no Brasil. O mesmo acontece com “Müller”, que é lido como “Míler” ou até “Mular”, dependendo da região.
Outro exemplo clássico é o “Kowalski”, que tem origem polonesa. No Brasil, virou “Coválski” por causa da grafia, mesmo que o “w” em polonês tenha som de “v”.
Mas o que vale mais: a origem ou o costume?
No fim das contas, não existe uma regra rígida. A forma mais tradicional, sim, é “Shnái-der”, mas se a sua família fala diferente há décadas, não há nenhum problema em manter.
Para especialistas, sobrenomes carregam muito mais do que grafia. Eles trazem identidade, raízes e, em muitos casos, afeto.
Saber a forma correta pode ser útil em situações formais ou curiosidades históricas, mas isso não significa que outras versões estejam erradas.
O Brasil é um país de misturas — inclusive na forma de falar o próprio nome.
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