O que dava para colocar no carrinho do supermercado com R$ 100 em 2000 e hoje não dá mais

Valor que antes enchia sacolas agora mal cobre o básico da lista de compras

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
supermercado
(Foto: Arquivo/Agência Brasil)

No ano 2000, uma nota de R$ 100 tinha força. Com ela, era possível encher o carrinho do supermercado e sair com a despensa abastecida por vários dias.

Era o suficiente para comprar arroz, feijão, carne, frango, leite, pão, frutas, produtos de limpeza, de higiene e ainda levar um refrigerante ou uma sobremesa para casa.

Os preços eram outros. Um pacote de 5kg de arroz custava cerca de R$ 3. O feijão, também em pacote de 5kg, saía por menos de R$ 5. Um quilo de carne bovina (como patinho ou colchão mole) era vendido entre R$ 5 e R$ 6.

O frango custava pouco mais de R$ 2 por quilo. O litro do leite saía por R$ 0,75. O óleo de soja era encontrado por R$ 1,20.

Produtos de limpeza, como sabão em barra, detergente e água sanitária, entravam na conta com folga, assim como itens de higiene pessoal, como papel higiênico e pasta de dente.

E mesmo depois de uma lista completa, ainda sobrava algum troco no bolso.

O que dava para colocar no carrinho do supermercado com R$ 100 em 2000 e hoje não dá mais

Hoje, 25 anos depois, essa realidade ficou no passado. Com os preços atuais, os mesmos R$ 100 não enchem nem uma cesta pequena. Um pacote de arroz custa entre R$ 28 e R$ 36. O feijão, de 1kg, varia entre R$ 8 e R$ 10.

A carne bovina de segunda já ultrapassa os R$ 30 o quilo e a de primeira pode chegar a R$ 45. Um litro de óleo de soja é vendido a mais de R$ 9. Um pacote de café de 500g custa, em média, R$ 15.

Até mesmo o pão francês, alimento básico da mesa do brasileiro, alcança preços entre R$ 14 e R$ 18 por quilo.

Fazendo uma conta simples, com os R$ 100 de hoje seria possível comprar, por exemplo, um pacote de arroz, um quilo de feijão, um quilo de carne, um litro de óleo e uma bandeja de ovos.

E só. Nada de frutas, verduras, leite ou limpeza. Não dá nem para simular uma compra completa. A diferença de poder de compra é expressiva.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado desde 2000, a inflação dos alimentos nesse período ultrapassou 350%. Ou seja, para montar o mesmo carrinho daquela época, hoje seria necessário desembolsar mais de R$ 450.

Além da inflação natural ao longo dos anos, outros fatores contribuíram para o aumento: combustíveis, energia elétrica, fretes, insumos agrícolas e a própria cadeia de distribuição.

Em muitos casos, o reajuste não acompanhou o crescimento da renda média da população.

Em 2000, o salário mínimo era de R$ 151. Os R$ 100 representavam dois terços do que a maioria das famílias recebia por mês — e ainda assim garantiam boa parte da alimentação.

Em 2025, com o mínimo em R$ 1.412, a mesma quantia corresponde a apenas 7% da renda mensal.

Diante desse cenário, muitas famílias têm adotado novas estratégias de consumo: redução da frequência de compras, priorização de alimentos não perecíveis, substituição de marcas tradicionais por alternativas mais baratas e busca por promoções em atacarejos e feiras livres.

O impacto direto é percebido no dia a dia de quem precisa fazer o dinheiro render cada vez mais para manter o básico em casa.

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