Nível do Rio Meia Ponte se aproxima do limite e acende alerta para racionamento em Goiânia

Vazão de água no manancial atingiu menor patamar de 2025, mas índice deve ser ainda mais baixo com a estiagem

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Rio Meia Ponte. (Foto: Divulgação/DEMA)
Rio Meia Ponte. (Foto: Divulgação/DEMA)

A vazão diária do Rio Meia Ponte chegou ao patamar de ”alerta” e segue em queda, o que significa que o manancial está escoando menos de 9 mil litros de água por segundo — dados que começam a preocupar durante o período de estiagem.

Segundo o gráfico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o fluvial tem enfrentado uma queda no fluxo d’água mês a mês, sendo que em abril a média foi de 22,2 mil litros, caindo para 12,7 mil em maio, e 10,2 mil em junho.

Já nos primeiros dias de julho, o patamar apresentou dados ainda mais preocupantes: uma média geral de 8,9 mil litros por segundo — 1,3 mil litros a menos.

Se esta queda persistir, o nível deve descer para a fase “crítico 1”, quando a vazão está na faixa de 5,5 mil litros. Em 2025, o índice ainda não foi atingido, mas seguindo o histórico anual, é provável que nos próximos meses isso aconteça.

Problema à vista?

Mas, afinal, isso pode gerar um racionamento para a população? Segundo a Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), não. Pelo menos não ainda.

Ao Portal 6, a companhia explicou que, atualmente, os sistemas de abastecimento de água da Região Metropolitana de Goiânia e de todos os 223 municípios atendidos estão operando com qualidade e regularidade.

Mesmo com a queda nos níveis, até mesmo o Rio Meia Ponte segue com as demandas normalmente, com o fornecimento de água ainda dentro do esperado para o período.

Isso se dá, pois, além do manancial, a capital ainda conta com outros dois sistemas produtores, que incluem o Rio Mauro Leite e o Ribeirão João Leite, ambos com água represada.

Segundo a companhia, os sistemas estão interligados por meio de uma adutora de integração, o que dá maior segurança para a população.

Esta adutora complementa o Sistema de Meia Ponte com uma capacidade de até 800 litros por segundo. Dessa forma, é possível usar a água do João Leite também nos bairros que recebem do Meia Ponte.

Outro fator que evidencia a segurança, mesmo com a diminuição na vazão, é que hoje, a Grande Goiânia depende muito menos do Rio Meia Ponte, como em 2018, por exemplo, quando 59% do manancial era responsável pelo abastecimento — frente a 31% do João Leite.

Em 2025, o Meia Ponte representa apenas 36% do necessário para a capital, frente a 64% do João Leite, que utiliza muito mais da metade da capacidade.

Cuidados persistem

Mesmo com uma certa segurança, a Saneago alerta que os cuidados devem persistir, uma vez que é normal que as vazões caiam durante o período de estiagem.

Por conta disso, é necessário que a população realize um consumo consciente, combatendo o desperdício. A companhia também apontou que segue realizando metas de redução nas perdas durante a distribuição.

Confira a nota da Saneago na íntegra:

“A Saneago informa que os sistemas de abastecimento de água da Região Metropolitana de Goiânia e de todos os 223 municípios atendidos pela Companhia estão operando com qualidade e regularidade.

A Companhia explica ainda que a vazão atual do Rio Meia Ponte – https://lookerstudio.google.com/u/0/reporting/83b2f667-fa79-4f5f-8bb8-1a38a0dff630/page/fyW6C – é suficiente para manter o abastecimento de Goiânia dentro da normalidade, atendendo plenamente a demanda da população.

Goiânia conta com três sistemas produtores, que utilizam dois mananciais: Meia Ponte (captação superficial) e Mauro Borges/João Leite (água represada). Em 2018, 41% da Capital era abastecida com água proveniente do Ribeirão João Leite e 59% pelo Rio Meia Ponte, enquanto atualmente essa proporção é de 64% e 36%, respectivamente.

A Estação de Tratamento de Água (ETA) Meia Ponte tem capacidade de tratamento de 2.000 litros por segundo (ou seja, a vazão atual do Rio é suficiente para manter o sistema operando normalmente). Já a ETA Mauro Borges e a ETA Jaime Câmara têm vazão de tratamento de 4.000 L/s e 2.000 L/s, respectivamente – vale destacar que o volume atual de água acumulada na barragem do Ribeirão João Leite está em 96%.

Para maior segurança hídrica e estabilidade no abastecimento dos goianienses, os sistemas estão interligados, por meio de uma adutora de integração. Esta adutora reforça o Sistema Meia Ponte com até 800 litros por segundo. Assim, é possível utilizar água reservada do João Leite para abastecer também bairros atendidos pelo Meia Ponte, caso o manancial registre uma diminuição na vazão.

No entanto, a estiagem demanda cautela. Assim, é fundamental que a população também faça sua parte por meio do consumo consciente da água. Dicas de economia estão disponíveis em: www.saneago.com.br/dicas.

Da mesma forma que a Saneago solicita o consumo consciente da população, a Companhia faz a sua parte no combate ao desperdício. Como exemplo do trabalho da Saneago de bom uso da água, está a redução do índice de perdas de água na distribuição. Pelo Novo Marco Legal do Saneamento, as companhias têm até 2033 para alcançar 25% de perdas de água na distribuição. Com uma década de antecedência, a Saneago foi a primeira a alcançar a meta de redução de perdas e, atualmente com 22,7%, já superou este índice. Com 10,7%, Goiânia é destaque entre as capitais. Menos água perdida na distribuição significa mais água na torneira da população.”

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