Do biscoito de polvilho ao ouro ilegal: a ascensão e queda do empresário de Anápolis que movimentou R$ 1,5 bilhão
Brubeyk Garcia Nascimento largou a fábrica da família para construir império no mercado aurífero, mas PF descobriu esquema de contrabando venezuelano e garimpos ilegais

Criado pela mãe, dona de uma modesta fábrica de biscoitos de polvilho em Anápolis, Brubeyk Garcia Nascimento, de 38 anos, decidiu não seguir os passos da família. O anapolino trocou a tradição dos quitutes por um negócio bem mais arriscado e lucrativo: o mercado do ouro. Em pouco tempo, ele se tornaria um dos maiores contrabandistas do metal precioso na história recente do Brasil, movimentando uma fortuna bilionária.
Entre 2019 e 2022, a empresa de Brubeyk, a BAMC Laboratório de Análises de Solos e Minérios, com sede em Anápolis, movimentou impressionantes 4,6 toneladas de ouro.
A operação gerou um faturamento bruto de quase R$ 1,5 bilhão e transformou a BAMC na principal fornecedora de ouro para uma empresa italiana. O sucesso, no entanto, tinha um lado sombrio que logo viria à tona.
Para a Polícia Federal (PF), grande parte desse ouro era ilegal. As investigações apontam que o metal vinha de contrabando da Venezuela ou de garimpos clandestinos em terras indígenas no Pará e em Roraima.
O esquema, segundo a PF, era “lavado” por meio de fraudes em autorizações de lavra, dando uma aparência de legalidade a uma operação criminosa.
A virada de chave na vida de Brubeyk começou de forma despretensiosa. Ao vender os biscoitos da família no Pará, na cidade de Tucumã, ele abriu um atacadista. Foi ali que percebeu que muitos clientes pagavam as contas com dinheiro vindo do garimpo.
Com faro de empreendedor, ele viu uma oportunidade e, ao voltar para Anápolis, mergulhou de cabeça no mercado aurífero, buscando informações no Centro de Gemologia de Goiás e na Agência Nacional de Mineração (ANM).
A aposta deu certo e, em pouco tempo, Brubeyk acumulou uma fortuna. A riqueza se traduzia em uma vida de luxo e ostentação, com carros de luxo como BMWs e Porsches, um avião particular e uma coleção de cachaças caríssimas.
Ele também se cercou de companhias estrangeiras, incluindo dois americanos, Steven Bellino e Frank Giannuzzi, que acabaram presos ao tentar embarcar para Nova York com 35 quilos de ouro em uma mala rosa.
A prisão dos americanos foi o fio da meada que levou a PF até Brubeyk. Ao rastrear as ações da dupla, os investigadores descobriram um jantar pago com o cartão de crédito do empresário anapolino. A partir daí, ele entrou oficialmente na mira da polícia. Em 2023, Brubeyk foi preso, mas a liberdade veio rápido: ele passou apenas 13 dias na cadeia.
Apesar da soltura, a vida de luxo parece ter chegado ao fim. Brubeyk e um sócio, que é pastor, tiveram as contas bloqueadas e voltaram ao ponto de partida da ambiciosa corrida pelo ouro. Um desfecho realista para uma história que mais parecia um filme de aventura, com direito a riqueza, poder e, por fim, a queda.
A história do traficante de ouro foi contada em detalhes pela revista Piauí e praticamente não repercutiu na cidade.
Rápidas indica a leitura completa da reportagem pela revista — que não contou um detalhe que a coluna contará em breve e que deixará muitos estupefatos.
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O caso ganhou repercussão estadual e mobilizou a opinião pública.
A defesa dos policiais sustenta a tese de legítima defesa, enquanto a perícia registrou 58 disparos no local do ocorrido. As vítimas foram Saviano Souza Conceição, Ozanir Batista da Silva, Alan Pereira Soares e Antônio Fernandes da Cunha. Segundo as investigações, o episódio teria relação com ações de repressão ao cultivo ilegal de maconha na região.
Nota 10
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Nota Zero
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