Trump processa The New York Times e pede US$ 15 bilhões por calúnia e difamação
Presidente dos Estados Unidos utilizou rede social dele para fazer anúncio

FELIPE BRAMUCCI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na madrugada desta terça-feira (16), em sua rede Truth Social, que está movendo um processo de US$ 15 bilhões contra o jornal americano The New York Times, quatro repórteres do veículo e também contra a editora Penguin Random House por difamação e calúnia, além de citar danos à reputação.
“Hoje, tenho a grande honra de entrar com um processo de US$ 15 bilhões por difamação e calúnia contra o New York Times”, escreveu Trump em sua rede social. O presidente chamou o jornal de “um dos piores e mais degenerados da história”, acusando-o de ter se tornado “praticamente um porta-voz do Partido Democrata Radical de Esquerda”. O trâmite ocorrerá na Justiça da Flórida, onde Trump tem seu resort de Mar-a-Lago.
O New York Times e a Penguin não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
O processo cita uma série de artigos do New York Times, entre os quais um editorial anterior à eleição presidencial de 2024, que dizia que ele não estava apto para o cargo, e um livro publicado no ano passado pela Penguin intitulado “Lucky Loser: How Donald Trump Squandered His Father’s Fortune and Created the Illusion of Success” (Perdedor Sortudo: Como Donald Trump Desperdiçou a Fortuna de seu Pai e Criou a Ilusão de Sucesso).
“Os réus publicaram maliciosamente o livro e os artigos sabendo que essas publicações estavam cheias de distorções repugnantes e fabricações sobre o presidente Trump”, diz o processo apresentado na segunda-feira (15) em um tribunal federal da Flórida.
As publicações, de acordo com a defesa do republicano, prejudicaram a reputação comercial e pessoal de Trump, causando danos econômicos ao valor de sua marca e prejuízos às suas perspectivas financeiras futuras.
“O dano ao valor das ações da TMTG (Trump Media and Technology Group) é um exemplo de como a difamação dos réus prejudicou o presidente Trump”, escreveram seus advogados, citando “uma queda acentuada no preço das ações”.
Leia também
- Vance substitui Charlie Kirk em podcast e promete retaliação contra esquerda
- Idosa morre após ser atingida por vizinho que caiu de varanda em Milão
- Leão 14 completa 70 anos e prepara anúncios de 1º documento de alto nível e viagem internacional
- Impactos da IA sobre mercado de trabalho são modestos, diz estudo
O processo vem após Trump ameaçar na semana passada processar o New York Times por reportagens sobre a suposta carta de Trump para Jeffrey Epstein – influente financista condenado por abuso sexual de menores e encontrado morto na prisão em 2019 – com tom sugestivo de cunho erótico e o desenho de contorno de mulher nua.
A ilustração foi revelada em julho pelo Wall Street Journal, o que gerou outro processo de Trump pedindo ao menos US$ 10 bilhões.
Na semana passada, o NYT publicou texto no qual dizia que a assinatura no bilhete a Epstein tinha várias semelhanças com a que ele usava quando escrevia a funcionários da prefeitura de Nova York de 1987 a 2001.
Trump disse que se afastou de Epstein antes que os problemas do investidor com a Justiça se tornassem públicos, em 2006.
Em seu segundo mandato, o republicano intensificou sua repressão contra empresas de mídia. Além dos casos envolvendo a cobertura jornalística da relação dele com Epstein, Trump investiu contra a Paramount, controladora da rede CBS. A empresa concordou em resolver um processo movido pelo presidente segundo o qual o programa de notícias da CBS “60 Minutes” editou uma entrevista com a ex-vice-presidente Kamala Harris com o suposto intuito de favorecê-la na disputa presidencial de 2024.